Notícia
Refer negociou com CP remodelação do túnel do Rossio em 2001
A Refer esteve em negociações com a CP para uma remodelação profunda ou mesmo reconstrução do túnel do Rossio. A obra implicava sérias perturbações no serviço da linha de cintura da CP, na medida em que podia implicar o encerramento da infra-estrutura dur
A Refer esteve em negociações com a CP para uma remodelação profunda ou mesmo reconstrução do túnel do Rossio. A obra implicava sérias perturbações no serviço da linha de cintura da CP, na medida em que podia implicar o encerramento da infra-estrutura durante pelo menos um ano.
As negociações decorreram entre 2001 e 2002 entre os então presidentes da Refer, Cardoso dos Reis, e da CP, Crisóstomo Teixeira.
Cardoso dos Reis chegou mesmo a anunciar publicamente a intenção da Refer fechar o túnel para obras profundas durante um jantar na Ordem dos Engenheiros há cerca de três anos, tendo no entanto esclarecido que a CP dificilmente aceitaria uma solução de fecho da estrutura, dado impacto que teria no serviço, sobretudo da Linha de Sintra.
As duas empresas mantinham à data um conflito aberto sobre as obras de modernização da Linha do Norte que penalizavam o serviço ferroviário de passageiros.
O investimento em causa seria na casa dos 50 milhões de euros, no caso da reabilitação, mas poderia ser superior se se optasse pela reconstrução. Em declarações ao Jornal de Negócios Online, Segadães Tavares afimou que «o estudo realizado em 2000 envolvia um investimento de 50 a 125 milhões de euros».
O engenheiro responsável pelo estudo realizado em 2000 acrescentou ainda que «com o encerramento do túnel» seria possível realizar obras «no prazo de um ano a um ano e meio», mas que «sem o encerramento poderia levar até 12 anos para concluir a intervenção do túnel».
Apesar de ser considerado um projecto imperativo, as conversas entre as duas empresas terão parado em 2003 depois das mudanças de administração decididas já pelo Governo PSD/PP.
A actual administração da Refer não chegou a desenvolver conversas com a CP porque não terá tido conhecimento da existência deste projecto, segundo soube o Jornal de Negócios Online, junto de fonte próxima da empresa.
No entanto, a anterior administração da Refer encomendou em 2000 um estudo a Segadães Tavares que identificou situações potenciais de risco. O estudo, explicou o mesmo em declarações à agência Lusa, recomendava uma reabilitação global do túnel de forma mais estrutural.
No entanto, acrescentou, as situações identificadas não revelavam riscos de segurança imediata. Para este especialista, poderá ter ocorrido movimentos mais alarmantes que justificaram a decisão do fecho tomada ontem.
Quanto às razões pelas quais a intervenção não avançou na altura, Segadães Tavares explica que era uma decisão difícil que incomodava muita gente, com custos elevados, e que ninguém quis tomar.