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"Não faz sentido fazer orçamentos rectificativos de dois em dois meses"

O economista João Loureiro diz que as condições económicas estão em tal mutação que não faz sentido fazer já um Orçamento do Estado rectificativo, o que provavelmente o Governo teria de fazer de novo "daqui a meia-dúzia de meses". E antevê que o Governo precise de pedir um novo aumento do endividamento.

07 de Janeiro de 2009 às 16:10
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Em entrevista esta manhã à Antena 1, João Loureiro diz que o erro de previsão do Governo é aceitável, até porque “o erro de previsão não é apenas um erro do Governo, é também de instituições com credibilidade como o FMI ou a OCDE”. "Frequentemente os Governos utilizam o cenário macroeconómico com artifícios, por objectivos políticos. Não é este o caso", considera. Aliás, prossegue, o cenário macroeconómico "devia ser despolitizado" e ser tratado "como um exercício técnico, não político", o que na prática seria retirá-lo da alçada do Governo. Isso credibilizaria o Governo "e também a Oposição", remata.

João Loureiro elogia a decisão do Governo em rectificar o Orçamento em vez de apresentar desde já um Orçamento rectificativo: "Não faria sentido fazer um orçamento rectificativo hoje. Fazê-lo hoje era [correr] um enorme risco de daqui a meia-dúzia de meses fazer outro. O Governo fez bem em protelar essa decisão".

Para o professor de economia, em causa estará não apenas a dificuldade de obter a receita estimada mas sobretudo pedir um novo aumento do endividamento do Estado à Assembleia da República. "Quando o Governo apresentou o Orçamento em Outubro, apontava para um défice de 2,2%. Um mês depois já estava a pedir um aumento do endividamento. Provavelmente, esse aumento do endividamento não vai ser suficiente", resume.
Ouça na íntegra em baixo as declarações de João Loureiro à Antena 1, numa entrevista da jornalista Eduarda Maio.


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