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PS diz estar disponível para dialogar na Madeira. Chega apela à coragem de Albuquerque

O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta.

26 de Maio de 2024 às 23:54
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O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo (na foto), considerou este domingo que os resultados eleitorais evidenciam que é possível uma mudança de governo na região, dizendo estar disponível a dialogar para construir uma alternativa.

"Estes resultados demonstram que é possível uma mudança de Governo na Região Autónoma da Madeira", disse o também cabeça de lista do PS nas eleições regionais antecipadas.

O PSD foi o partido mais votado, elegeu 19 deputados, e o PS o segundo mais votado, tendo mantido os 11 parlamentares que tinha na Assembleia Legislativa da Madeira.

"O PS e o JPP -- que aumentou o seu grupo parlamentar de cinco para nove - juntos elegem mais deputados que o PSD", acrescentou.

Para Paulo Cafôfo, "o PSD teve aqui nestas eleições o seu pior resultado de sempre", enquanto o PS "tem o mesmo número de deputados que nas últimas eleições regionais, mas com um maior número de votos".

"Pela primeira vez temos a possibilidade de construir, através de um acordo partidário, um novo governo para a Região Autónoma da Madeira sem o PSD", sublinhou.

O líder socialista madeirense apontou que o objetivo é "construir um novo governo com estabilidade e um governo de estabilidade".

Nesse sentido, anunciou que vai "agora encetar contactos com todas as forças parlamentares, com todos os partidos eleitos que têm representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira".

Mas, complementou, o PS tem as suas "linhas vermelhas" e, sendo coerente com o que sempre afirmou, desse diálogo está excluído o PSD e o Chega.

"Por isso, quero apelar aos outros partidos o seu sentido de responsabilidade e a sua vontade de fazer mais e melhor por esta nossa terra", reforçou.

Paulo Cafôfo argumentou que "o PSD não tem condições para formar um governo estável" e que isso ficou evidente na legislatura que agora terminou e na relação que manteve com os seus parceiros.

"Aquilo que ficou demonstrado é que é um partido instável e que não garante uma solução de estabilidade para a região", vincou.

Para o candidato, "os madeirenses não querem que se repita a história que levou a estas eleições antecipadas".

"Os madeirenses querem é que se faça história", frisou, realçando que o segundo partido mais votado vai dialogar com outras forças políticas eleitas, "excetuando o PSD e o Chega para que se possa fazer história".

"Mas acima de tudo, que possa dar outra roupagem, outra viragem", disse, recordando o lema da campanha: "Vamos virar a página".

Paulo Cafôfo ainda lembrou que tem na sua história política o ter conseguido fazer uma coligação que venceu a Câmara do Funchal, devido à sua postura conciliadora.

Já o cabeça de lista do Chega às eleições regionais madeirenses, Miguel Castro, afirmou que o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, terá de "ter a coragem" para governar sem maioria, considerando que "não é necessário haver coligações".

"Não é necessário haver coligações, nem acordos parlamentares de maioria, para os partidos governarem. Miguel Albuquerque representa o partido mais votado, portanto por si só tem a legitimidade de governar. Agora, não pode é governar coligado ou mesmo com o apoio parlamentar do Chega", afirmou Miguel Castro.

O cabeça de lista e líder regional do Chega falava num hotel no Funchal, onde o partido se instalou para acompanhar esta noite o resultado das eleições legislativas da Madeira, com cerca de duas dezenas de apoiantes e militantes, festejando a conquista de quatro mandatos, o mesmo número que conseguiu em setembro de 2023.

Em reação à vitória do PSD nas eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta, o líder regional do Chega disse que "Miguel Albuquerque terá de ter a coragem de governar com um governo minoritário, mas se apresentar as propostas melhores para os madeirenses e porto-santenses com certeza que o Chega as aprovará".

"Se forem outros partidos, outras forças políticas, que apresentem essas propostas, nós também aprovaremos", ressalvou.

O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 36,13% dos votos e 19 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.

Seguiu-se o PS com 11 eleitos, o JPP com nove, o Chega com quatro, o CDS-PP com dois e a IL e o PAN, com um deputado cada.

Saem da Assembleia Legislativa, em relação à anterior composição, o BE e a CDU.

Catorze candidaturas disputaram os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
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