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Primeiro-ministro italiano pede demissão

Mario Draghi anunciou que vai entregar a sua demissão ao Presidente italiano ainda esta quinta-feira.

Mario Draghi - Atual primeiro-ministro - Menos poder, por mais tempo. Foi o presidente do Banco Central Europeu (BCE) que ficou conhecido como o salvador do euro quando prometeu que tudo faria para resolver a crise das dívidas soberanas. Após ter deixado o cargo, Mario Draghi (atualmente com 74 anos) foi chamado a resolver um impasse governativo em Itália, tendo-se tornado primeiro-ministro do país em fevereiro de 2021. Agora, poderá saltar para o cargo de Presidente, liderando o Estado durante a implementação do plano de recuperação e resiliência.
GUGLIELMO MANGIAPANE
O primeiro-ministro de Itália anunciou a intenção de deixar o cargo. Mario Draghi diz que irá entregar a carta de demissão ao Presidente Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinale, ainda esta quinta-feira, depois de o Movimento Cinco Estrelas ter boicotado um voto de confiança no Senado.

"Vou entregar a minha demissão ao Presidente da República esta noite", garantiu em comunicado, considerando que o acordo de confiança que fazia o Governo funcionar deixou de existir.

A crise começou quando Giuseppe Conte, líder do Cinco Estrelas, que integra a coligação liderada por Draghi, anunciou no Senado que iria abandonar a sala na altura de votação de um importante pacote de apoio às empresas e famílias atingidas pela subida dos preços da energia. Conte considerou que a ajuda financeira de 23 mil milhões de euros não era suficiente para ajudar a mitigar o impacto do aumento do custo de vida.

Apesar de o Executivo ter ganhado a votação no Senado com uma margem confortável, o primeiro-ministro considerou que sem o apoio do Movimento Cinco Estrelas o Governo não podia continuar, seguindo-se uma moção de confiança, também boicotada pelo Cinco Estrelas.

"A votação de hoje no parlamento é muito significativa de um ponto de vista político. A maioria de união nacional que apoiou este Governo desde a sua criação já não existe", disse Draghi.


Não se sabe ainda se Mattarella irá aceitar a demissão de Draghi. O Presidente pode, por exemplo, optar por pedir ao antigo presidente do Banco Central Europeu para juntar apoios de outros aliados e fazer uma nova votação. Um colapso da coligação pode levar a eleições antecipadas e a mais instabilidade política.

A bolsa de Milão fechou a perder 3,34%, já antecipando uma crise política devido à ausência do Cinco Estrelas na votação à moção de confiança. 


Notícia atualizada às 18:42
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