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Poder de compra em Lisboa duplica a média do País
O poder de compra no município de Lisboa mais que duplica a média nacional, espelhando as grandes diferenças existentes nos vários concelhos portugueses, com o poder de compra a ser bem superior nas regiões do litoral e nas cidades, por contraste com o qu
O poder de compra no município de Lisboa mais que duplica a média nacional, espelhando as grandes diferenças existentes nos vários concelhos portugueses, com o poder de compra a ser bem superior nas regiões do litoral e nas cidades, por contraste com o que se verifica no interior e nas zonas rurais.
O estudo revelado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística indica que em 43 municípios do País o poder de compra per capita era superior à média nacional, verificando-se que a maior parte desses municípios abrangiam lugares com mais de 10 mil habitantes.
"A importância da componente urbana associada ao poder de compra era também visível através do significativo grau de concentração do poder de compra no país: metade do poder de compra nacional concentrava-se em apenas 20 municípios", refere o relatório do INE, que se refere aos anos 2004-2005.
O município de Lisboa apresenta o indicador per capita do poder de compra mais elevado em Portugal. Situa-se nos 216, ou seja, o poder de compra dos lisboetas mais que duplica o da média nacional. Oeiras (173,3), Porto (164,3) e Cascais (157,1) são os outros municípios com poder de compra bem acima da média.
O indicador per capita (IpC) do poder de compra é um número índice que compara o poder de compra regularmente manifestado nas diferentes unidades territoriais, em termos per capita, com o poder de compra médio do país, ao qual foi atribuído o valor 100.
São muitos os dados que comprovam a amplitude no poder de compra em Portugal. Em 2005, apenas nas regiões NUTS II de Lisboa (137,3) e do Algarve (113), o IpC superava a média nacional. Entre as restantes cinco regiões, era na Região Autónoma da Madeira (96,6) que o indicador mais se aproximava da média nacional. Seguia-se a região do Alentejo (85,6), as regiões Norte (85,5), Centro (83,9) e a Região Autónoma dos Açores (81,7).
Dos 308 municípios do país, apenas 43 apresentavam um poder de compra per capita superior à média nacional, dos quais se destacava um conjunto de municípios da Grande Área Metropolitana de Lisboa (que abrange as NUTS III Grande Lisboa e Península de Setúbal), do Algarve (Faro, Albufeira, Portimão, Lagos, Loulé e Lagoa) e do Grande Porto.
"O contraste entre o litoral e interior do Continente em termos de poder de compra é, em grande medida, o reflexo da dimensão urbana desta variável sócio-económica em Portugal, cujos valores mais elevados emergem associados aos municípios com centros urbanos de maior relevância", explica o INE.
Se são apenas 43 os municípios que tem poder de compra acima da média, em 17 municípios o poder de compra per capita era inferior a 50% da média nacional. estão sobretudo na região Norte, em particular nas sub-regiões do Tâmega (Resende, Ribeira de Pena, Cinfães, Celorico de Basto e Baião) e do Douro (Freixo de Espada à Cinta, Sernancelhe, Carrazeda de Ansiães, Tabuaço e Armamar) mas também do Cávado (Terras de Bouro) e do Alto Trás-os-Montes (Vinhais). Neste conjunto, incluiam-se ainda Vila Nova de Paiva e Aguiar da Beira, no Dão-Lafões; Nordeste e Corvo nos Açores; e Alcoutim no Algarve.
11% do poder de compra em Lisboa; 50% em 20 municípios
O município de Lisboa concentrava cerca de 11% do poder de compra nacional, apresentando Sintra e Porto um peso também importante (4,1% e 3,6%, respectivamente).
Para além destes, mais 20 municípios concentravam pelo menos 1% do poder de compra do país: 13 localizados nas sub-regiões Grande Lisboa, Península de Setúbal e Grande Porto e, ainda, Coimbra, Braga, Funchal, Guimarães, Leiria, Santa Maria da Feira e Vila Nova de Famalicão.
Os dados do INE revelam ainda que 50% do poder de compra do País se encontrava concentrado em apenas 20 municípios (cerca de 6% do total de municípios do país), reflectindo uma forte concentração territorial do poder de compra no território nacional muito associada à dimensão urbana dos municípios.