Notícia
Pergaminho com 635 anos à venda no Olx por 750 euros
A Torre do Tombo vai comprar o documento que regista a entrega do Castelo de Lisboa ao conde de Barcelos. Documento data de 1383 e está à venda por 750 euros.
02 de Novembro de 2018 às 10:23
O OLX serve para vender de tudo, desde cabides a automóveis. Há também livros novos e primeiras edições de clássicos à venda (alguns são uma pechincha). O que não é tão habitual são pergaminhos do século XIV com a escritura da entrega do Castelo de Lisboa ao Conde de Barcelos. Principalmente por 750 euros.
Mas foi isso mesmo que o utilizador Luís Sampaio pôs à venda na sua página pessoal do site de venda. No anúncio podia ler-se: "Escritura de entrega do Castelo de Lisboa que fez o Alcaide do mesmo, Martim Afonso Valente, ao Conde de Barcelos, Dom João Afonso Telo, o qual prestou ‘preito e menagem’ ao primeiro, de acordo com o determinado pelo rei Dom Fernando, pela carta de 16 de Janeiro de 1383, tresladada nesta escritura. Entre as testemunhas do acto esteve presente o Alcaide do Castelo de Faria, Diogo Gonçalves. Tabelião: Peres Esteves. 1383, Janeiro 26, Castelo de Lisboa".
O preço de venda para este documento histórico era de 750 euros e a entrega poderia ser feita de uma de duas maneiras: "em mão, na zona de Gaia", ou via CTT.
O anúncio chamou a atenção do autor do blogue Repensando a Idade Média que avisou a Câmara Municipal de Lisboa da existência deste documento, revela o jornal Público. Mas outra instituição esteve atenta à venda: o Arquivo Nacional Torre do Tombo. O Arquivo Nacional decidiu mesmo adquirir o documento, confirmou ao diário o director-geral. "Vamos exercer o direito de opção na aquisição do pergaminho, e já comunicámos isso ao vendedor", disse.
O documento foi analisado pela Torre do Tombo e a sua autenticidade autenticada. A CML de Lisboa estará também a proceder aos trâmites necessários para confirmar a autenticidade do documento.
Ao Público, o historiador Bernardo Vasconcelos e Sousa - antigo director da Torre do Tombo - diz que "tudo leva a crer que se trate de um documento autêntico, até pela assinatura do tabelião", e nota que "Dom Afonso Telo era uma figura da alta nobreza da corte de D. Fernando", aplaudindo a decisão da Torre do Tombo adquirir o documento.
Este caso é particularmente significativo pelo local onde surgiu: documentos como este surgem por norma em alfarrabistas e em leilões de bibliotecas antigas, não em sites de venda online, lembra José Luís Fernandes.
Mas foi isso mesmo que o utilizador Luís Sampaio pôs à venda na sua página pessoal do site de venda. No anúncio podia ler-se: "Escritura de entrega do Castelo de Lisboa que fez o Alcaide do mesmo, Martim Afonso Valente, ao Conde de Barcelos, Dom João Afonso Telo, o qual prestou ‘preito e menagem’ ao primeiro, de acordo com o determinado pelo rei Dom Fernando, pela carta de 16 de Janeiro de 1383, tresladada nesta escritura. Entre as testemunhas do acto esteve presente o Alcaide do Castelo de Faria, Diogo Gonçalves. Tabelião: Peres Esteves. 1383, Janeiro 26, Castelo de Lisboa".
O anúncio chamou a atenção do autor do blogue Repensando a Idade Média que avisou a Câmara Municipal de Lisboa da existência deste documento, revela o jornal Público. Mas outra instituição esteve atenta à venda: o Arquivo Nacional Torre do Tombo. O Arquivo Nacional decidiu mesmo adquirir o documento, confirmou ao diário o director-geral. "Vamos exercer o direito de opção na aquisição do pergaminho, e já comunicámos isso ao vendedor", disse.
O documento foi analisado pela Torre do Tombo e a sua autenticidade autenticada. A CML de Lisboa estará também a proceder aos trâmites necessários para confirmar a autenticidade do documento.
Ao Público, o historiador Bernardo Vasconcelos e Sousa - antigo director da Torre do Tombo - diz que "tudo leva a crer que se trate de um documento autêntico, até pela assinatura do tabelião", e nota que "Dom Afonso Telo era uma figura da alta nobreza da corte de D. Fernando", aplaudindo a decisão da Torre do Tombo adquirir o documento.
Este caso é particularmente significativo pelo local onde surgiu: documentos como este surgem por norma em alfarrabistas e em leilões de bibliotecas antigas, não em sites de venda online, lembra José Luís Fernandes.