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PCP promete que "fará tudo" na luta dos trabalhadores. BE pede atualização de salários

Milhares de pessoas concentraram-se no Martim Moniz, em Lisboa, cerca das 14:30 e partiram rumo à Alameda, pouco depois, no âmbito das celebrações do 1.º de Maio da CGTP.

Lusa_EPA
01 de Maio de 2022 às 16:56
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O secretário-geral do PCP saudou este domingo o "impressionante 1.º de Maio" que se assinala por todo o país e assegurou que o partido "fará tudo" na luta pela valorização dos trabalhadores. Em declarações aos jornalistas à passagem da manifestação do 1.º de Maio organizada pela CGTP, Jerónimo de Sousa considerou que as razões e objetivos desta marcha "têm grande atualidade e importância".

"Esta grande manifestação tem como objetivo a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a questão fundamental da valorização dos salários e pensões, dos profissionais de saúde, da escola pública e dos pequenos e médios empresários", destacou.

Jerónimo de Sousa assegurou que "em relação a esses objetivos o PCP fará tudo para conseguir essa valorização que é devida aos trabalhadores". O secretário-geral do PCP admitiu que será "difícil" introduzir muitas alterações no Orçamento do Estado já aprovado na generalidade e, questionado se essa luta poderá passar por mais manifestações na rua, respondeu afirmativamente. "É evidente que a melhor resposta será a da luta dos trabalhadores, podem contar com solidariedade do PCP", disse.

Já coordenadora do BE colocou a atualização dos salários pela inflação e o respeito pelos horários dos trabalhadores como as duas exigências que considera serem transversais a todos os trabalhadores. Em declarações aos jornalistas na manifestação do 1º de Maio da CGTP, Catarina Martins foi questionado sobre o que considera ser mais "urgente e necessário", uma das palavras de ordem da marcha.

"Há duas exigências fundamentais que toda a gente que trabalha em Portugal sente. A primeira é que os salários sejam atualizados pela inflação, a inflação está a comer os salários, está a comer as pensões num país que já tem os salários mais baixos da Europa", lamentou. A coordenadora do BE apontou ainda "uma segunda luta fundamental", a do tempo de trabalho.

"Em Portugal, generalizam-se as horas longas, o trabalho por turnos, o trabalho noturno, cada vez se trabalham mais horas por um salário tão pequeno", lamentou, defendendo ser necessário "respeitar quem trabalha, os seus horários e a sua saúde".

Milhares de pessoas rumam do Martim Moniz à Alameda em Lisboa
Milhares de pessoas concentraram-se no Martim Moniz, em Lisboa, cerca das 14:30 e partiram rumo à Alameda, pouco depois, no âmbito das celebrações do 1.º de Maio da CGTP. O desfile partiu ao ritmo de bombos e de palavras de ordem, cerca das 15:15, pela avenida Almirante Reis, com a organização a dar a partida aos microfones: "Abril continua, Maio está na rua!"; "vamos levantar bem alto aquilo que são as reivindicações dos trabalhadores".

Os trabalhadores podem este ano celebrar o Dia do Trabalhador sem restrições associadas à pandemia de covid-19, ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, mas muitos optaram por usar máscara. Entre as palavras de ordem ouviu-se "para o país progredir, é preciso investir" e "para o país avançar salários aumentar".

"Paz sim, guerra não", entoaram os manifestantes que também pediram "combate ao aumento do custo de vida e à especulação". Alguns dos manifestantes usam cravos vermelhos, numa alusão ao 25 de Abril de 1974. Os trabalhadores portugueses podem hoje comemorar o 1.º de Maio sem restrições, participando nas iniciativas de rua que a CGTP promove em 31 localidades do país, ou no debate da UGT sobre os desafios do mundo laboral, em Lisboa.

Nos últimos dois anos, devido às restrições relativas à pandemia da covid-19, a Intersindical não desistiu de assinalar a data na Alameda, embora apenas com cerca de um milhar de manifestantes, devidamente distanciados. Este ano a CGTP volta a fazer o tradicional desfile na capital, a partir da praça do Martim Moniz até à Alameda, onde ocorre o comício sindical, assim como a manifestação do Porto, na avenida dos Aliados.

Estão previstas manifestações, plenários, festas populares, provas desportivas e exposições em 31 localidades, que incluem as capitais de distrito, Açores e Madeira.

O 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, teve origem nos acontecimentos de Chicago de há 136 anos, quando se realizou uma jornada de luta pela redução do horário de trabalho para as oito horas, que foi reprimida com violência pelas autoridades dos Estados Unidos da América, que mataram dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais.
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