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Paulo Rangel: "Situação portuguesa já não passa sem intervenção externa"

O ex-candidato à liderança do PSD não quis fazer antecipações de cenários políticos caso esta intervenção externa venha a acontecer, considerando que "a leitura das crises políticas deve fazer-se só em fase de circunstâncias concretas".

24 de Fevereiro de 2011 às 07:45
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O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defendeu quarta-feira que a situação portuguesa "já não passa sem uma intervenção externa, seja só da Europa, seja da Europa e do FMI em conjunto", preferencialmente diferente daquela que tiveram Irlanda e Grécia.

Em declarações à Agência Lusa à entrada para o primeiro debate do ciclo "Um café com...", promovido pelo PSD/ Litoral, Paulo Rangel afirmou que Portugal "tem que ter uma política financeira e orçamental extremamente rigorosa, muito dura para os portugueses", alertando, no entanto, que estas políticas podem não ser suficientes.

"Estou convencido que será necessária uma intervenção externa. Pode ser uma intervenção como foi na Grécia e na Irlanda - que não era vantajosa para Portugal mas que pode ser inevitável - ou pode ser uma intervenção já depois de 25 de Março, de acordo com novas regras, porventura mais flexíveis e mais favoráveis", explicou.

O eurodeputado do PSD disse esperar que Portugal consiga "resistir" até ao próximo Conselho Europeu -- que se realiza a 25 de Março, em Bruxelas -- mas garantiu estar "absolutamente convencido que, neste momento, a situação portuguesa já não passa sem uma intervenção externa, seja só da Europa, seja da Europa e do FMI em conjunto".

O ex-candidato à liderança do PSD não quis fazer antecipações de cenários políticos caso esta intervenção externa venha a acontecer, considerando que "a leitura das crises políticas deve fazer-se só em fase de circunstâncias concretas".

"A única análise que eu faço é relativa à situação do país, económica e financeira, e portanto temos que estar muito empenhados na resolução desta crise, com ou sem ajuda externa, e com uma ajuda externa de preferência diferente daquela que teve a Irlanda e a Grécia porque têm juros muito altos e não resolvem os problemas", sublinhou.

Rangel declarou ainda ser necessária "uma grande determinação económica e financeira por parte do Governo", acrescentando que lhe parece "que apesar de tudo não está a ter o sucesso que esperava".

"Os números da despesa não são propriamente tranquilizantes. Os números da receita são os expectáveis, os da despesa não o são", condenou.

No entanto, o eurodeputado social-democrata considera que não é esta questão ques está a motivar a subida dos juros que se tem verificado.

"O que está a motivar a subida dos juros é o peso da dívida, independentemente das medidas que nós tomamos", afirmou, justificando assim "uma entrada de uma ajuda externa quase inevitável".

Segundo Paulo Rangel, por muito que Portugal faça, "o peso da dívida não vai diminuir no curto prazo, nem no médio prazo", estando o país sempre sob a pressão dos mercados internacionais.

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