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Parlamento francês "aprova" taxa excepcional de 10% sobre lucros da banca
Contemplar a banca francesa com um taxa "excepcional" de 10% sobre os lucros em 2010. A ideia foi de um socialista, Didier Migaud, que começou por conseguir aprová-la há uma semana e meia pela comissão de Finanças do parlamento francês, a que preside. Hoje foi votada favoravelmente no plenário, mas segunda-feira vai ser retirada.
23 de Outubro de 2009 às 20:54
Contemplar a banca francesa com um taxa “excepcional” de 10% sobre os lucros em 2010. A ideia foi de um socialista, Didier Migaud, que começou por conseguir aprová-la há uma semana e meia pela comissão de Finanças do parlamento francês, a que preside. Hoje foi votada favoravelmente no plenário, mas segunda-feira vai ser retirada.
Migaud vem há dias a bater-se pela taxa, representaria entre mil e dois mil milhões de euros para as finanças públicas, e seria destinada prioritariamente a dar músculo à supervisão bancária em França, pelo que entraria para os cofres do banco central. Na discussão, a sua principal opositora foi a ministra da Economia, Christine Lagarde, que não se cansou de esgrimir argumentos contra a taxa.
Hoje a taxa subiu à votação pelo plenário francês no âmbito da discussão da proposta do orçamento do Estado para 2010, e foi aprovada, contra a oposição do... Governo, e com os votos favoráveis de vários deputados do UMP e do Novo Centro. 44 votos a favor e 40 contra.
Primeiro foi o “bruá”: A banca francesa iria mesmo pagar a taxa excepcional de 10% sobre os lucros em 2010 – apenas no próximo ano fiscal, é certo, mas representaria um balão de oxigénio importante para as debilitadas finanças públicas.
Era a notícia do dia, a AFP, rádios e imprensa online davam-lhe espaço, mas foi sol de pouca dura. Poucas horas e alguns telefonemas depois, dois deputados da maioria alegaram que se haviam “enganado” na votação electrónica, dando um “sim” quando queriam premir um “não”, pelo que a emenda ao Orçamento aprovada hoje será reprovada na próxima segunda-feira na reabertura dos trabalhos.
Entretanto, foi votada por unanimidade, uma segunda medida, esta introduzida pela própria Christine Lagarde: a criação de uma contribuição da banca francesa para que o banco central desempenhe a sua quase exclusiva actividade, desde que a política monetária foi transferida para o Banco Central Europeu em Frankfurt.
A contribuição será perene e representará cerca de 100 milhões de euros por ano de novas receitas para o Banco de França, “que hoje fornece a título gratuito os meios humanos e materiais da supervisão bancária”. Pois vai deixar de o fazer.