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Países ricos disputam vaga no centro de comandos da globalização

A corrida para preencher uma vaga no centro da formulação da política económica mundial transforma-se num novo campo de batalha para o futuro da globalização.

01 de Novembro de 2020 às 11:00
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No próximo ano, Angel Gurria abandona o cargo de secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com sede em Paris, e o governo de Washington quer indicar Christopher Liddell, vice-chefe de gabinete do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como sucessor.

A OCDE atua como auditora da globalização, definindo políticas e estabelecendo padrões em áreas como tributação, comércio e educação. Atualmente conduz negociações contenciosas sobre impostos digitais que estão à beira de implodir numa guerra comercial transatlântica. Liddell enfrenta a concorrência de candidatos europeus do outro lado da questão, como a ex-comissária de comércio da UE, Cecilia Malmstrom.

Os países membros têm até 1 de novembro para apresentar um candidato. Na quarta-feira, a Suíça indicou Philipp Hildebrand, da BlackRock, ex-presidente do banco central do país.

"Esta é a organização multilateral mais importante da qual a maioria das pessoas nunca ouviu falar", disse Daniel F. Runde, vice-presidente sénior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.



A organização foi formalmente fundada em 1961, quando os EUA e o Canadá se juntaram ao que era originalmente um grupo europeu que conduzia o Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial. Embora ainda seja majoritariamente europeu, cresceu até se tornar um fórum global.

 

Sob a gestão de 15 anos de Gurria, a OCDE expandiu-se ainda mais e assumiu um papel mais proativo, principalmente liderando o controlo sobre paraísos fiscais após a crise financeira e trabalhando mais estreitamente com grandes países que não são membros, como China e Índia.

"Gurria tem sido o artesão de desenvolvimento da OCDE", disse Françoise Nicolas, investigadora do instituto francês de relações internacionais. "Quando chegou, não tinha a mesma aura; era um lugar misterioso e sufocante".



John Llewelyn, que trabalhou em vários postos na OCDE durante quase 20 anos, diz que a chave para a função é um equilíbrio cuidadoso entre pressionar os Estados-membros e preservar a neutralidade analítica da organização.

O substituto de Gurria terá um assento na mesa principal das negociações de política global do G-20, apoiado por uma equipa de mais de 3 mil economistas, advogados e cientistas que operam no Chateau de la Muette, oeste de Paris.

A decisão final sobre os candidatos será tomada até 1 de março, após entrevistas à porta fechada e "consultas confidenciais".

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