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OMS: Milhares de doentes em Gaza precisam de cuidados urgentes e regulares

Mais de 8.500 pessoas foram mortas e milhares de outras ficaram feridas nos bombardeamentos com que Israel retaliou o ataque desencadeado pelo Hamas, que controla Gaza desde 2007.

01 de Novembro de 2023 às 16:11
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Milhares de habitantes da Faixa de Gaza precisam de cuidados médicos urgentes, quer na sequência de ferimentos no contexto do conflito em curso, quer por doenças crónicas, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As autoridades egípcias autorizaram esta quarta-feira a abertura do posto fronteiriço de Rafah para fins exclusivamente humanitários, nomeadamente para o transporte de pessoas com necessidades médicas.

Em comunicado, a OMS saudou a decisão do Egito de aceitar acolher e tratar "81 pessoas da Faixa de Gaza feridas e doentes".

Simultaneamente, assinalou que este grupo é apenas uma pequena parte das pessoas que precisam de ajuda urgente, nomeadamente "numerosas crianças", naquele território palestiniano sob alvo de intensos e regulares bombardeamentos israelitas desde que a 07 de outubro o movimento islamita Hamas (considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia) atacou Israel, matando cerca de 1.400 pessoas e fazendo 240 reféns.

Mais de mil doentes "necessitam de diálise para permanecerem vivos" e mais de dois mil de receber tratamentos para o cancro, precisou a OMS, estimando ainda que 45 mil doentes cardíacos e 60 mil diabéticos precisem de cuidados de saúde.

"Estes doentes precisam de poder ter acesso permanente aos cuidados de saúde em Gaza", insiste a OMS, realçando que os hospitais e outras unidades de saúde devem ser poupados aos bombardeamentos e não serem desviados para fins militares.

Antes dos ataques de 07 de outubro, uma centena de doentes por dia precisava de aceder a serviços de saúde especializados fora da Faixa de Gaza.

A OMS e outras agências das Nações Unidas, bem como organizações não-governamentais no terreno reclamam um cessar-fogo a Israel e, particularmente, o fim do bloqueio aos combustíveis, necessários para alimentar os geradores dos hospitais.

Até ao momento, Israel recusou permitir a entrada de combustível na Faixa de Gaza, considerando que isso representaria um elevado risco de segurança.

Pela primeira vez, o Egito autorizou esta quarta-feira a abertura do posto de Rafah, o único do território palestiniano sitiado que não está nas mãos de Israel, por onde já estão a passar crianças, mulheres e idosos.

As autoridades egípcias prepararam um hospital de campanha para receber os palestinianos feridos no local, sendo que os casos graves ou que precisem de tratamento adicional e cuidados especiais serão transferidos para outros hospitais.

Uma lista com os nomes, nacionalidades e números de passaporte dos abrangidos pela abertura excecional do posto fronteiriço de Rafah foi publicada pelas autoridades palestinianas.

Segundo diplomacias estrangeiras, nessa lista estão cidadãos de 44 países, entre os quais funcionários de 28 agências e organizações estrangeiras que se encontram na Faixa de Gaza.

Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde do governo de Gaza, chefiado pelo grupo islamita Hamas, na origem dos ataques contra Israel a 7 de outubro, disse à AFP que foi entregue ao Egito uma lista com mais de quatro mil pessoas que precisam de cuidados de saúde.

"Esperamos que elas possam partir nas próximas horas, porque precisam de intervenções cirúrgicas que não podem ser feitas em Gaza. É preciso salvá-las", apelou.

Mais de 8.500 pessoas foram mortas e milhares de outras ficaram feridas nos bombardeamentos com que Israel retaliou o ataque desencadeado pelo Hamas, que controla Gaza desde 2007, quando expulsou do território o partido Fatah, que governa a Cisjordânia.

Com cerca de 360 quilómetros quadrados e um dos territórios com maior densidade populacional do mundo, a Faixa de Gaza, onde 2,4 milhões de pessoas tentam escapar aos bombardeamentos intensos e sucessivos de Israel, encontra-se atualmente sem água, eletricidade ou comunicações (telefone ou internet) e praticamente sem alimentos, na sequência do cerco em vigor.
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