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OCDE diz PIB nacional cresce 2,6% em 2001

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o produto interno bruto (PIB) nacional registe um crescimento de 2,6% no corrente ano, abaixo do aumento de 3,3%...

03 de Maio de 2001 às 12:22
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o produto interno bruto (PIB) nacional registe um crescimento de 2,6% no corrente ano, abaixo do aumento de 3,3% verificado no ano passado, num relatório divulgado no início de Maio.

No próximo ano, a OCDE acredita que a economia portuguesa vai crescer 2,8%, depois do abrandamento do ritmo de crescimento previsto para 2001.

A OCDE sublinhou, no referido relatório, que «a procura interna está a abrandar, prejudicada pelo impacto do aumento da inflação ao nível do consumo e pelos cortes na despesa pública», fazendo com que a economia nacional cresça abaixo dos 3% no corrente ano e no próximo, depois de atingir ou ultrapassar essa marca durante cinco anos consecutivos.

A redução do ritmo de crescimento prevista pela OCDE surgiu depois da Comissão Europeia ter avançado com estimativas de um crescimento da economia nacional na ordem dos 2,6% em 2001, valores que, caso se confirmem, implicam que Portugal vai divergir dos restantes parceiros da Zona Euro, que deverá crescer em média 2,8% no mesmo período.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou também no decorrer desta semana as suas previsões para a evolução da economia nacional, tendo avançado com uma taxa de crescimento de 2,4% para o PIB português em 2001.

A previsão mais elevada até agora avançada pertence ao Governo, que espera um crescimento da economia na ordem dos 3% este ano.

OCDE prevê continuação de diferencial da inflação face à Zona Euro

De acordo com a OCDE, a inflação nacional deverá desacelerar a partir do segundo trimestre deste ano, à medida que este indicador «deixar de reflectir os efeitos do aumento dos preços do petróleo a nível interno», depois do Governo ter mantido os preços estáveis artificialmente no decorrer do último ano.

No entanto, a organização acredita que «o diferencial da inflação face à Zona Euro deverá permanecer acima de 1 ponto percentual, «reflectido parcialmente o apertado mercado de trabalho» em Portugal.

Em Março, a taxa de inflação nacional situou-se nos 3,6%, contra os 2,6% registados no conjunto dos países que integram a zona da moeda única. Ambos os números situaram-se acima do objectivo de 2% traçado pelo Banco Central Europeu (BCE).

A OCDE prevê que a taxa de desemprego em Portugal deverá «aumentar ligeiramente» para os 4,1% em 2001, passando para os 4,2% no próximo ano, depois de atingir a marca de 4% durante ano passado.

Governo precisa implementar medidas «mais fortes» para controlar despesa pública

Segundo a OCDE, nos próximos anos, o Executivo vai necessitar de impor «medidas mais fortes para controlar a despesa», de forma a cumprir as metas assumidas perante a União Europeia em matéria orçamental.

O Orçamento de Estado para este ano prevê uma redução do défice orçamental para os 1,1% do PIB, depois dos 1,4% atingidos no ano 2000. As metas definidas no Programa de Estabilidade e Crescimento apontam para uma redução do défice até aos 0,7% do PIB em 2002.

De acordo com a OCDE, o cumprimento destes objectivos vai depender, para além do controle de gastos, do «sucesso das medidas tomadas para combater a evasão fiscal», que neste momento ainda é incerto.

Défice de conta corrente deverá atingir 9,7% do PIB em 2001.

O défice de conta corrente nacional deverá atingir os 9,7% do PIB no corrente ano, diminuindo para os 9,6% em 2002, de acordo com as estimativas da OCDE.

No ano passado, este indicador atingiu os 10,3% do PIB, devido «ao forte aumento das importações, que levou a uma deterioração do défice da balança comercial», segundo a mesma fonte.

A OCDE prevê que as exportações nacionais vão aumentar 7,7% este ano, contra uma progressão de 7% das importações. No próximo ano, aquele organismo projecta crescimentos de 8,1% e de 7,5%, respectivamente.

Caso os salários aumentem mais do que o esperado, a competitividade da economia nacional poderá baixar, fazendo com que as exportações e o investimento baixem, contribuindo para o agravamento do défice de conta corrente, de acordo com a mesma fonte.

Este défice também poderá alargar-se «caso a economia europeia abrande mais do que previsto», sublinhou a OCDE, referindo que os restantes países integrantes da União Europeia (UE) são os principais parceiros comerciais de Portugal, pelo que essa situação teria impacto nas exportações nacionais.

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