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Obama combate défice orçamental e riscos sistémicos na banca

O presidente norte-americano, Barack Obama, criou uma "taskforce" para tratar do crescente défice orçamental dos Estados Unidos e está perto de chegar a um acordo com o Senado para a constituição de um conselho de reguladores destinado a identificar os riscos sistémicos que se colocam ao sistema financeiro do país.

18 de Fevereiro de 2010 às 16:40
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O presidente norte-americano, Barack Obama, criou uma "taskforce" para tratar do crescente défice orçamental dos Estados Unidos e está perto de chegar a um acordo com o Senado para a constituição de um conselho de reguladores destinado a identificar os riscos sistémicos que se colocam ao sistema financeiro do país.

Esta equipa de intervenção, que terá a seu cargo as questões do défice orçamental, apresentará um relatório, em finais deste ano, onde identificará os passos necessários para reduzir o défice para 3% do PIB, refere a “BBC News”.

Obama criou esta “taskforce” bipartidária, depois de a proposta ter sido repetidamente contrariada pelos Republicanos no Senado. Mas uma comissão nomeada pelo Congresso teria mais poder para forçar os legisladores a aprovarem as suas recomendações, sublinha a cadeia televisiva.

Este ano, prevê-se que o défice dos EUA suba para 10,6% do Produto Interno Bruto. Em 2009, atingiu 9,9% do PIB, o nível mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial.

Erskine Bowles - ex-chefe do “staff” do presidente Bill Clinton – e o ex-senador Republicano Alan Simpson irão presidir conjuntamente a este novo órgão, salienta a mesma fonte.

O défice orçamental dos EUA ascendia a 1,41 biliões de dólares (1,02 biliões de euros) nos 12 meses terminados a 30 de Setembro de 2009 e estima-se que possa atingir este ano um recorde de 1,56 biliões de dólares (1,13 biliões de euros).

Conselho regulador vai monitorizar riscos na banca

Por outro lado, o Senado e a Administração Obama estão perto de chegar a acordo quanto à criação de um conselho de reguladores, liderado pelo secretário do Tesouro, que estudará os riscos sistémicos com que o sistema financeiro se pode deparar, revelou hoje o “The New York Times”.

Esta questão é uma das mais importantes na polémica iniciativa para reformar a regulação depois da crise financeira em que o país mergulhou, e visa lidar com uma das principais lições do quase colapso: que ninguém tinha como missão específica velar pela garantia de estabilidade do sistema como um todo e detectar os excessos das tomadas de risco e os desequilíbrios capazes de abalar toda uma economia, sublinha o mesmo jornal.

Incumbir o Departamento do Tesouro de identificar quaisquer prováveis problemas numa fase inicial, tentando resolvê-los rapidamente, é uma proposta que conta com o apoio de senadores de ambos os partidos. No entanto, há ainda “arestas para limar”, nomeadamente determinar se este conselho poderá “passar por cima” dos reguladores bancários já existentes e impor as suas próprias normas às grandes instituições financeiras.

A acontecer, isso levaria a uma diminuição da autoridade da Reserva Federal, cuja regulação da banca tem sido bastante criticada, já que a Fed não conseguiu detectar os problemas a tempo de os travar, diz o “The New York Times”.

Bernanke aprova presidência do Tesouro

Apesar de ainda haver quem, na Fed, continue a querer que seja o banco central norte-americano a supervisionar o risco sistémico, o presidente desta autoridade monetária – Ben Bernanke (na foto) – parece ser favorável à constituição de um conselho regulador liderado pelo Departamento do Tesouro. Pelo menos, em Outubro passado, Bernanke afirmou que apoiava essa ideia.

Recorde-se que a legislação aprovada em Dezembro pela Câmara dos Representantes – o outro órgão que, com o Senado, constitui o Congresso – no sentido de reformular o sistema regulatório conferiu à Fed mais “força” em relação ao risco sistémico do que o desejado pelo Senado.

Vários responsáveis políticos acusaram Bernanke de se focalizar em tentar preservar a função de supervisão da Fed dos maiores bancos do país – como o Bank of America, Citigroup e JPMorgan – e de casas de investimento como o Goldman Sachs e o Morgan Stanley, que se converteram em “holdings” durante a crise.

Segundo a proposta apresentada, este conselho seria presidido pelo secretário do Tesouro e a vice-presidência seria atribuída ao presidente da Fed, que foi recentemente reconduzido no cargo por um novo mandato de quatro anos.

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