Notícia
O orgulho também dorme nas ruas da América?
Obama acaba de colocar a erradicação dos sem-abrigo na agenda do Governo. Nos EUA, serão mais de 3,5 milhões as pessoas que vivem na rua. É uma das faces mais negras da organização social e económica norte-americana: o país mais rico do mundo vive com crescente desigualdade de rendimentos. Em Washington, os “homeless” são aos milhares e esta seria apenas mais uma manhã de domingo, não fosse o 4 de Julho. Mas quem é que olha para os seus problemas em dia de aniversário?
Washington, oito da manhã de 4 de Julho de 2010. Michael come em pé, com uma lentidão tensa, o pequeno almoço que acabou de lhe ser oferecido. Com cerca de 50 anos deve ser um dos homens mais magros da capital americana, uma magreza que disfarça a barra de metal que lhe substituiu a perna direita perdida há cinco anos devido a uma infecção. Há meses que partilha as ruas da capital norte-americana com vários milhares de sem-abrigo, e é também um dos milhões de norte-americanos que não tem dúvidas: os “EUA são o país da liberdade, o melhor país do mundo para viver”.
O 4 de Julho marca a independência dos EUA do jugo britânico em 1776 e é festejado pela maioria com um forte patriotismo que exalta o orgulho no país. Desfiles, festas, concertos, e o azul e vermelho pintalgados em roupas e bandeiras enchem Washington que, neste dia, recebe centenas de milhares de compatriotas para a comemoração. A Sul, ao fundo da Casa Branca, a zona de parques que atravessa a cidade e que acolhe os principais monumentos nacionais transforma-se num gigante campo de piqueniques. Quando o famoso e espectacular fogo-de-artifício for para o ar pelas nove da noite, deverão estar nas ruas da cidade mais de meio milhão de pessoas.
Para os sem-abrigo da cidade, pelo menos para os da zona Sul, o 4 de Julho significa que serão acordados mais cedo pela polícia ou pela organização do evento. Mas, além disso, será que os financeiramente mais miseráveis nos EUA partilham a enorme festa popular? Será que o orgulho norte-americano também dorme nas ruas da capital?
Às cinco e meia da manha, em Foggy Bottom, uma das zonas ricas da cidade, a cozinha da igreja da paróquia de St. Paul é palco dos último preparativos para outra Grate Patrol, uma iniciativa que, ao longo de quase 30 anos, através de voluntariado, leva pequeno almoço aos fins-de-semana a mais de 200 sem-abrigo. Charlene Mui e Michael Welch, um casal na casa dos 30 anos que colabora há cinco na “patrulha”, chegam de carro quando faltam poucos minutos para as seis. O pequeno almoço já preparado com sandwich, fruta e café é arrumado rapidamente no porta-bagagens. Às seis da manhã estão na estrada.
“Muitos são ex-condenados por crimes, muitos são veteranos que não se adaptaram e há outros com problemas mentais…”, descreve Charlene Mui, sentada no lugar do pendura, enquanto o marido conduz pelas ruas de Washington. Trata-se de uma população heterogénea, mas com uma maioria masculina e afro-americana, embora com um número crescente de hispânicos, continua. Tal como no resto do país, os problemas que os levam à vida nas ruas são muitos: passados de desintegração social voluntários ou não, falta de casas baratas, difícil acesso a saúde, problemas mentais, uso de drogas e, mais recentemente, a crise económica que rebentou em 2007. São aos milhares espalhados pelas ruas da cidade.
Milhões sem-abrigo nos EUA
Não há número certos. Neil Donovan, director executivo da National Coalition for the Homeless (NCH), aponta para, pelo menos, cerca de 16.000 em Washington. Nos EUA serão mais de 3,5 milhões, (1% da população), podendo mesmo chegar ao dobro, dependendo da definição de sem-abrigo. Esta é uma das faces mais negras da organização social e económica norte-americana: o país mais rico do mundo vive com crescente desigualdade de rendimentos e manteve estável ao longo dos últimos anos o número de pessoas sem abrigo, garante Donovan, que receia que esta população venha a crescer nos próximos anos à medida que as vítimas da crise económica esgotarem as suas redes de segurança, financeiras e familiares.
O problema está na agenda do governo norte-americano como “prioridade nacional”. No final de Junho, a equipa de Barack Obama apresentou o plano estratégico federal de apoio e erradicação dos sem abrigo crónicos (os que têm problemas mentais ou dependência de drogas), os veteranos de guerra, ou as famílias com crianças. O objectivo é acabar com estas situações em 10 anos. “Habitação estável é a fundação sobre a qual as pessoas constroem as suas vidas – a ausência de um sítio seguro e decente para viver torna praticamente impossível ter boa saúde, resultados escolares positivos, ou atingir o potencial económico pessoal”, lê-se no documento.
Neil Donovan, por seu lado, acusa a falta de pormenores no plano público e não se entusiasma: “A Administração está a tentar combater o problema em pequenas partes” focando-se em grupos específicos, como os sem abrigo crónicos, ou que têm crianças pequenas, diz. “O problema é que, enquanto fazem isto, todos os outros estão a ficar numa situação cada vez pior, gerando um aumento do número de sem-abrigo nas outras categorias”, avisa o ex-monge, que acompanha o problema há mais de 30 anos. Para este especialista, a solução passa por uma abordagem política global que consiga ter a flexibilidade de se adaptar as necessidades e características dos sem-abrigo.
Michael Welch, o marido de Charlene, toca noutro ponto essencial enquanto conduz de parque para parque: “O governo federal não está a gastar muito, está é a tentar influenciar os governos locais e estaduais a fazê-lo. Mas estes estão sem dinheiro, pois estão a perder receitas de impostos. Não há recursos para fazer face ao problema. E creio que a maior falha está aí”, diz. Enquanto os resultados das políticas públicas tardam, a sociedade civil vai ajudando, frisa, revelando em parte a sua motivação e a de outros na cidade.
A volta de carro leva cerca de duas horas. Esta seria apenas mais uma manhã de domingo, não fosse o 4 de Julho, que deslocou alguns dos sem-abrigo dos seus locais habituais. Mais atentos ainda às esquinas e lugares abrigados, Charlene e Michael param sempre que vêm um sem abrigo deitado. Oferecem apoio também aos que já estão a pé, como é o caso de Milton, um afro-americano, bem arranjado, na casa dos 60 anos, e de fala e pensamento rápidos. Original do Estado de [West] Virgina, Milton está em Washington há 28 anos.
“Mas não estive sempre na rua, já voltei a casa na Virginia, já estive no Hawai, mas há certas condições que agora me impedem de fazer coisas neste preciso momento”, conta sem precisar porque dorme, pelo menos nos últimos seis anos, num dos parques da capital. Depois de descrever o problema como uma sistema de ondas, nomeadamente as provocadas pelos impactos da crise, diz que a realidade não tem mudado assim tanto nos últimos anos. Sobre o 4 de Julho, pragmático, garante que “é apenas mais um feriado”, mas deixa de imediato um convite para o fogo-de-artificio dessa noite.
O que é para si o 4 de Julho?
Depois de Milton, as seguintes paragens da Michael e Charlene não correram como previsto. A polícia já tinha cortado o acesso à zona Sul, pelo que foi preciso encontrar alternativas. Não foi difícil. Numa das ruas da cidade: “É uma celebração maravilhosa, uma celebração da democracia que desejamos não só aqui, mas também para todo o mundo”, afirma uma sem-abrigo, na casa dos 50 anos, com discurso articulado, mas sem vontade de falar sobre a sua experiência e os problemas do seu próprio país. Termina rapidamente a conversa e despede-se educada. Como outros, não quis deixar registo de nome ou fotográfico.
Para os seis sem-abrigo que acederam falar com o Negócios, o 4 de Julho vai desde a celebração da democracia e do país, até a um dia como outro qualquer, passando por uma descrição vaga do evento. Houve também quem garantisse que não celebraria o dia, num gesto que pareceu amargurado, embora não explicado. Mas, e do lado dos que têm casa, será que os sem-abrigo são especialmente lembrados no dia da celebração do orgulho norte-americano?
Donovan diz que não: não só não há um sentimento de urgência na resolução do problema, como este é ainda menor no 4 de Julho. Por um lado, “os EUA nasceram de uma base de fé cristã puritana, onde o moralismo valoriza a existência do castigo pelo mau comportamento”, nota Donovan, exemplificando com o não trabalhar. Nessa medida, “os sem abrigos servem de lembrete”, diz.
Por outro lado, acrescenta: “o 4 de Julho é a celebração do nascimento do país, do seu sucesso e de quem somos. Costuma olhar para os seus problemas no seu dia de aniversário? Pois um país também não o faz”, justifica, explicando que as alturas de maior atenção social para com os sem abrigo são o dia de Acção de Graças e o Natal. Os sem-abrigo também não sentem que recebem especial atenção no 4 de Julho.
A volta da Grate Patrol acabou num dos grandes parques da cidade com dezenas de sem-abrigo. Michael, o homem magro de perna de metal, garante que não estará nas ruas de Washington por muito mais tempo. O mais tardar no Inverno quer voltar para Nova Jersey, ou seja, logo que tiver conseguido tratar dos papéis da segurança social que lhe permitam um apoio pelo membro amputado. Não esconde, no entanto, a fragilidade dos seus planos: deixar de ser sem-abrigo “não é fácil, não senhor”, assegura, numa frase curta, enquanto a sua cabeça cadavérica come aos poucos a banana com que termina o pequeno almoço de 4 de Julho.
(Texto publicado originalmente na edição de 9 de Julho. Então, por lapso, referiu-se o estado de West Virginia apenas por Virginia, um erro aqui corrigido)
*O jornalista viajou no âmbito do Programa José Rodrigues Miguéis da FLAD
O 4 de Julho marca a independência dos EUA do jugo britânico em 1776 e é festejado pela maioria com um forte patriotismo que exalta o orgulho no país. Desfiles, festas, concertos, e o azul e vermelho pintalgados em roupas e bandeiras enchem Washington que, neste dia, recebe centenas de milhares de compatriotas para a comemoração. A Sul, ao fundo da Casa Branca, a zona de parques que atravessa a cidade e que acolhe os principais monumentos nacionais transforma-se num gigante campo de piqueniques. Quando o famoso e espectacular fogo-de-artifício for para o ar pelas nove da noite, deverão estar nas ruas da cidade mais de meio milhão de pessoas.
Às cinco e meia da manha, em Foggy Bottom, uma das zonas ricas da cidade, a cozinha da igreja da paróquia de St. Paul é palco dos último preparativos para outra Grate Patrol, uma iniciativa que, ao longo de quase 30 anos, através de voluntariado, leva pequeno almoço aos fins-de-semana a mais de 200 sem-abrigo. Charlene Mui e Michael Welch, um casal na casa dos 30 anos que colabora há cinco na “patrulha”, chegam de carro quando faltam poucos minutos para as seis. O pequeno almoço já preparado com sandwich, fruta e café é arrumado rapidamente no porta-bagagens. Às seis da manhã estão na estrada.
Um dos voluntário da Grate Patrol, uma iniciativa da igreja da paróquia de St. Paul, em Foggy Bottom. Na manhã de quatro de Julho, como em todas as outras manhãs de fim de semana do ano, a Grate Patrol distribuiu pequenos almoços a cerca de 200 sem abrigo da cidade. |
“Muitos são ex-condenados por crimes, muitos são veteranos que não se adaptaram e há outros com problemas mentais…”, descreve Charlene Mui, sentada no lugar do pendura, enquanto o marido conduz pelas ruas de Washington. Trata-se de uma população heterogénea, mas com uma maioria masculina e afro-americana, embora com um número crescente de hispânicos, continua. Tal como no resto do país, os problemas que os levam à vida nas ruas são muitos: passados de desintegração social voluntários ou não, falta de casas baratas, difícil acesso a saúde, problemas mentais, uso de drogas e, mais recentemente, a crise económica que rebentou em 2007. São aos milhares espalhados pelas ruas da cidade.
Milhões sem-abrigo nos EUA
Não há número certos. Neil Donovan, director executivo da National Coalition for the Homeless (NCH), aponta para, pelo menos, cerca de 16.000 em Washington. Nos EUA serão mais de 3,5 milhões, (1% da população), podendo mesmo chegar ao dobro, dependendo da definição de sem-abrigo. Esta é uma das faces mais negras da organização social e económica norte-americana: o país mais rico do mundo vive com crescente desigualdade de rendimentos e manteve estável ao longo dos últimos anos o número de pessoas sem abrigo, garante Donovan, que receia que esta população venha a crescer nos próximos anos à medida que as vítimas da crise económica esgotarem as suas redes de segurança, financeiras e familiares.
O director Executivo da National Coalition for the Homeless diz que não há qualquer urgência nacional na resolução do problema dos sem abrigo que aliás são vítimas de uma certa base puritana da sociedade norte-americana. Os EUA têm mais de 3,5 milhões de sem abrigo, um número que deverá aumentar com a crise, avisa. |
O problema está na agenda do governo norte-americano como “prioridade nacional”. No final de Junho, a equipa de Barack Obama apresentou o plano estratégico federal de apoio e erradicação dos sem abrigo crónicos (os que têm problemas mentais ou dependência de drogas), os veteranos de guerra, ou as famílias com crianças. O objectivo é acabar com estas situações em 10 anos. “Habitação estável é a fundação sobre a qual as pessoas constroem as suas vidas – a ausência de um sítio seguro e decente para viver torna praticamente impossível ter boa saúde, resultados escolares positivos, ou atingir o potencial económico pessoal”, lê-se no documento.
Neil Donovan, por seu lado, acusa a falta de pormenores no plano público e não se entusiasma: “A Administração está a tentar combater o problema em pequenas partes” focando-se em grupos específicos, como os sem abrigo crónicos, ou que têm crianças pequenas, diz. “O problema é que, enquanto fazem isto, todos os outros estão a ficar numa situação cada vez pior, gerando um aumento do número de sem-abrigo nas outras categorias”, avisa o ex-monge, que acompanha o problema há mais de 30 anos. Para este especialista, a solução passa por uma abordagem política global que consiga ter a flexibilidade de se adaptar as necessidades e características dos sem-abrigo.
Michael Welch, o marido de Charlene, toca noutro ponto essencial enquanto conduz de parque para parque: “O governo federal não está a gastar muito, está é a tentar influenciar os governos locais e estaduais a fazê-lo. Mas estes estão sem dinheiro, pois estão a perder receitas de impostos. Não há recursos para fazer face ao problema. E creio que a maior falha está aí”, diz. Enquanto os resultados das políticas públicas tardam, a sociedade civil vai ajudando, frisa, revelando em parte a sua motivação e a de outros na cidade.
A volta de carro leva cerca de duas horas. Esta seria apenas mais uma manhã de domingo, não fosse o 4 de Julho, que deslocou alguns dos sem-abrigo dos seus locais habituais. Mais atentos ainda às esquinas e lugares abrigados, Charlene e Michael param sempre que vêm um sem abrigo deitado. Oferecem apoio também aos que já estão a pé, como é o caso de Milton, um afro-americano, bem arranjado, na casa dos 60 anos, e de fala e pensamento rápidos. Original do Estado de [West] Virgina, Milton está em Washington há 28 anos.
Milton mudou-se para Washington há 28 anos, grande parte deles a viver nas ruas da capital norte-americana. Nos últimos seis anos vive num mesmo parque da cidade. O 4 de Julho para ele é apenas mais um feriado. Ainda assim, se há coisa que perde é o impressionante fogo de artifício dessa noite. |
“Mas não estive sempre na rua, já voltei a casa na Virginia, já estive no Hawai, mas há certas condições que agora me impedem de fazer coisas neste preciso momento”, conta sem precisar porque dorme, pelo menos nos últimos seis anos, num dos parques da capital. Depois de descrever o problema como uma sistema de ondas, nomeadamente as provocadas pelos impactos da crise, diz que a realidade não tem mudado assim tanto nos últimos anos. Sobre o 4 de Julho, pragmático, garante que “é apenas mais um feriado”, mas deixa de imediato um convite para o fogo-de-artificio dessa noite.
O que é para si o 4 de Julho?
Depois de Milton, as seguintes paragens da Michael e Charlene não correram como previsto. A polícia já tinha cortado o acesso à zona Sul, pelo que foi preciso encontrar alternativas. Não foi difícil. Numa das ruas da cidade: “É uma celebração maravilhosa, uma celebração da democracia que desejamos não só aqui, mas também para todo o mundo”, afirma uma sem-abrigo, na casa dos 50 anos, com discurso articulado, mas sem vontade de falar sobre a sua experiência e os problemas do seu próprio país. Termina rapidamente a conversa e despede-se educada. Como outros, não quis deixar registo de nome ou fotográfico.
Michael, nascido em Nova Jersey, está há meses nas ruas de Washington a tentar obter um apoio público que compense a perda perdida há cinco anos para uma infecção. Diz que no Inverno quer deixar a capital para voltar à terra Natal. E quanto a deixar de ser sem-abrigo? “Não é fácil, não senhor!”. |
Para os seis sem-abrigo que acederam falar com o Negócios, o 4 de Julho vai desde a celebração da democracia e do país, até a um dia como outro qualquer, passando por uma descrição vaga do evento. Houve também quem garantisse que não celebraria o dia, num gesto que pareceu amargurado, embora não explicado. Mas, e do lado dos que têm casa, será que os sem-abrigo são especialmente lembrados no dia da celebração do orgulho norte-americano?
Donovan diz que não: não só não há um sentimento de urgência na resolução do problema, como este é ainda menor no 4 de Julho. Por um lado, “os EUA nasceram de uma base de fé cristã puritana, onde o moralismo valoriza a existência do castigo pelo mau comportamento”, nota Donovan, exemplificando com o não trabalhar. Nessa medida, “os sem abrigos servem de lembrete”, diz.
Por outro lado, acrescenta: “o 4 de Julho é a celebração do nascimento do país, do seu sucesso e de quem somos. Costuma olhar para os seus problemas no seu dia de aniversário? Pois um país também não o faz”, justifica, explicando que as alturas de maior atenção social para com os sem abrigo são o dia de Acção de Graças e o Natal. Os sem-abrigo também não sentem que recebem especial atenção no 4 de Julho.
A volta da Grate Patrol acabou num dos grandes parques da cidade com dezenas de sem-abrigo. Michael, o homem magro de perna de metal, garante que não estará nas ruas de Washington por muito mais tempo. O mais tardar no Inverno quer voltar para Nova Jersey, ou seja, logo que tiver conseguido tratar dos papéis da segurança social que lhe permitam um apoio pelo membro amputado. Não esconde, no entanto, a fragilidade dos seus planos: deixar de ser sem-abrigo “não é fácil, não senhor”, assegura, numa frase curta, enquanto a sua cabeça cadavérica come aos poucos a banana com que termina o pequeno almoço de 4 de Julho.
(Texto publicado originalmente na edição de 9 de Julho. Então, por lapso, referiu-se o estado de West Virginia apenas por Virginia, um erro aqui corrigido)
*O jornalista viajou no âmbito do Programa José Rodrigues Miguéis da FLAD