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Nicarágua decreta estado de emergência perante furacão, sismo e alerta de tsunami
O Governo da Nicarágua decretou o estado de emergência nacional devido ao furacão Otto, de categoria 2, e ao alerta de tsunami após o sismo de magnitude 7,2 na escala de Richter que esta quinta-feira abalou o Pacífico norte.
"Perante a situação de emergência nacional criada pelo furacão Otto e pelo terramoto que acaba de atingir a nossa costa, com consequências imprevisíveis, declara-se o estado de emergência em todo o país", disse a coordenadora do Conselho de Comunicação e Cidadania nicaraguense, a primeira-dama Rosario Murillo.
As autoridades nicaraguenses emitiram o alerta de tsunami para as cidades costeiras de todo o Pacífico, após o terramoto registado às 12:45 locais (18:45 em Lisboa), uma hora depois de o furacão Otto ter atingido terra no sudeste do país, provocando também chuvas intensas e rajadas de vento violentas no norte da Costa Rica.
"Pedimos às pessoas que estão na praia que saiam, que vão para um lugar seguro e esperem pelo menos uma hora", disse o assessor científico do Instituto Nicaraguense de Estudos Territoriais (Ineter), Wilfried Strauch.
Às 20:00 TMG (e de Lisboa), ignorava-se ainda se o sismo fez vítimas, sabendo-se apenas que ocorreu no oceano Pacífico, a cerca de 120 quilómetros ao largo da costa de El Salvador e a uma profundidade de 33 quilómetros, segundo o Instituto Geológico Norte-Americano USGS.
Por precaução, o Governo salvadorenho também emitiu um alerta de tsunami e pediu aos habitantes das áreas costeiras para abandonarem as suas casas. "Todos os mecanismos de protecção foram accionados", anunciou o ministro do Interior, Aristides Valencia, na rádio nacional.
Além da retirada da população residente ao longo da costa das Caraíbas, os dois países da América Central fecharam as escolas e mobilizaram as equipas de socorro para fazer face às emergências.
O furacão Otto já fez quatro mortos no Panamá, e o Presidente costa-riquenho, Luis Guillermo Solis, decretou na quarta-feira o estado de emergência no país.
As autoridades da Costa Rica indicaram ter recebido cerca de 900 relatos de incidentes como queda de árvores ou telhados de casas que voaram.
Com ventos de até 175 quilómetros por hora, o Otto está a seguir a trajetória prevista, de leste para oeste, ao longo da fronteira entre os dois países, devendo baixar de intensidade nas próximas horas e tornar-se uma tempestade tropical, explicou o meteorologista Werner Stolz, do Instituto Meteorológico Nacional (IMN), em San José.