Notícia
Moody's prevê crescimento de 6,7% e dívida nos 93,3% este ano em Moçambique
A agência de notação financeira piora a previsão de evolução da economia, de positiva para estável.
23 de Setembro de 2023 às 14:23
A agência de notação financeira Moody's prevê que a dívida pública de Moçambique desça para 93,3% em 2023, ano em que a economia deverá crescer 6,7%, abrandando depois para 5% em 2024.
"A Moody's projeta que o PIB [Produto Interno Bruto] real vá crescer 6,7% em 2023 e 5% em 2024, depois de ter crescido 4,4% em 2022, alimentado pelo contínuo crescimento do setor primário, e em particular da produção de gás natural liquefeito na plataforma da ENI Coral Sul, o projeto mais pequeno e mais avançado, que começou a produção no ano passado", diz a agência de 'rating'.
Na nota em que piora a previsão de evolução da economia, de positiva para estável, divulgada na sexta-feira à noite, a Moody's antevê também que a dívida pública moçambicana melhore para 93,3%, mas ainda assim "muito acima da média de 66,1% registada pelos outros países com nível de Caa2, abaixo do nível de recomendação de investimento.
"A trajetória da dívida também é vulnerável à depreciação da moeda e está exposta ao risco de materialização dos prejuízos relacionados com a disputa judicial sobre a dívida", um processo relacionado com o caso das dívidas ocultas e que decorre nos tribunais.
O programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentam, "deve garantir uma âncora para a política fiscal, mas a consolidação orçamental pode ser difícil devido à vulnerabilidade de Moçambique aos choques domésticos e externos".
Estas previsões, concluem os analistas, estão dependentes do regresso da petrolífera francesa TotalEnergies a Cabo Delgado, depois da suspensão dos trabalhos em 2021 devido aos ataques terroristas na região.
"Há indicações de que a situação de segurança melhorou na região, e as autoridades esperam o recomeço dos trabalhos já este ano, com a produção a poder começar em 2027", conclui a Moody's.
As previsões para a dívida e o PIB foram divulgadas no contexto da revisão da perspetiva de evolução ('outlook') da economia de Moçambique, de positiva para estável, numa notam em que a Moody's antevê mais atrasos nos pagamentos de dívida interna e um atraso imprevisto na implementação das reformas.
"A mudança do 'outlook' reflete a expectativa da Moody's de que Moçambique continuará a enfrentar pressões fiscais e desafios de liquidez no contexto de restrições de capacidade institucional a curto e médio prazo, potencialmente levando a atrasos adicionais nos reembolsos da dívida, uma vez que levará tempo para que os esforços de reforma em curso reforcem a capacidade de gestão da dívida e da tesouraria do país", escrevem os analistas.
Na nota que dá conta da manutenção do 'rating' em Caa2, abaixo do nível de recomendação de investimento e da degradação do 'outlook' do país, a Moody's aponta que "as pressões orçamentais persistirão no contexto da reforma dos salários dos funcionários públicos, dos desafios de segurança no norte do país e das próximas eleições, ao passo que o risco de liquidez do Estado continuará a ser elevado, dado o difícil perfil de maturidade da dívida interna".
"A Moody's projeta que o PIB [Produto Interno Bruto] real vá crescer 6,7% em 2023 e 5% em 2024, depois de ter crescido 4,4% em 2022, alimentado pelo contínuo crescimento do setor primário, e em particular da produção de gás natural liquefeito na plataforma da ENI Coral Sul, o projeto mais pequeno e mais avançado, que começou a produção no ano passado", diz a agência de 'rating'.
"A trajetória da dívida também é vulnerável à depreciação da moeda e está exposta ao risco de materialização dos prejuízos relacionados com a disputa judicial sobre a dívida", um processo relacionado com o caso das dívidas ocultas e que decorre nos tribunais.
O programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentam, "deve garantir uma âncora para a política fiscal, mas a consolidação orçamental pode ser difícil devido à vulnerabilidade de Moçambique aos choques domésticos e externos".
Estas previsões, concluem os analistas, estão dependentes do regresso da petrolífera francesa TotalEnergies a Cabo Delgado, depois da suspensão dos trabalhos em 2021 devido aos ataques terroristas na região.
"Há indicações de que a situação de segurança melhorou na região, e as autoridades esperam o recomeço dos trabalhos já este ano, com a produção a poder começar em 2027", conclui a Moody's.
As previsões para a dívida e o PIB foram divulgadas no contexto da revisão da perspetiva de evolução ('outlook') da economia de Moçambique, de positiva para estável, numa notam em que a Moody's antevê mais atrasos nos pagamentos de dívida interna e um atraso imprevisto na implementação das reformas.
"A mudança do 'outlook' reflete a expectativa da Moody's de que Moçambique continuará a enfrentar pressões fiscais e desafios de liquidez no contexto de restrições de capacidade institucional a curto e médio prazo, potencialmente levando a atrasos adicionais nos reembolsos da dívida, uma vez que levará tempo para que os esforços de reforma em curso reforcem a capacidade de gestão da dívida e da tesouraria do país", escrevem os analistas.
Na nota que dá conta da manutenção do 'rating' em Caa2, abaixo do nível de recomendação de investimento e da degradação do 'outlook' do país, a Moody's aponta que "as pressões orçamentais persistirão no contexto da reforma dos salários dos funcionários públicos, dos desafios de segurança no norte do país e das próximas eleições, ao passo que o risco de liquidez do Estado continuará a ser elevado, dado o difícil perfil de maturidade da dívida interna".