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Montenegro promete não simular negociações para OE2025 e aponta "fantasmas" da oposição
"De onde vêm estes fantasmas nas cabeças destes líderes partidários? De onde é que vem tanta desorientação?", questionou o líder do PSD no encerramento da "rentrée" política em Castelo de Vide.
Luís Montenegro garante que não vai simular negociações para o Orçamento do Estado. "Há duas coisas que eu farei: eu não vou simular vontade de negociar. Não vou simular. Eu vou sentar-me, o Governo vai sentar-se e, de forma responsável e leal, colocar as questões em cima da mesa que devam ser colocadas. E não vamos desviar-nos daquilo que é a essência do nosso programa", avisou o líder do PSD no encerramento da "rentrée" política do partido em Castelo de Vide. "São as duas condições que eu coloco".
Por outro lado, apontou, "ainda ninguém sabe quais são as condições que os partidos colocam", embora sinalize que "o orçamento já está muito condicionado pelo conluio político entre o Partido Socialista e o Chega".
"É com base nesse conluio que nós vamos ter uma descida do IRS diferente daquela que o Governo queria - e mais cara, já agora, do ponto de vista das finanças públicas. Vamos ter a abolição de portagens de uma forma que é injusta em si mesma, que tem um custo financeiro. E vamos ter também a descida do IVA da eletricidade, com o alargamento do IVA de 6%, que também tem um custo financeiro", sublinhou.
"Portanto, as três grandes condicionantes que já estão decididas até são por parte, precisamente, destes dois partidos que agora, aparentemente, se querem desvincular da sua responsabilidade", considerou Luís Montenegro.
O líder do PSD deixou ainda farpas aos líderes partidários da oposição. Relativamente a Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, referiu que "aquilo que ficou combinado nas reuniões de Julho é que nos voltaríamos a reunir em setembro". "E agora sente-se despeitado", aponta Montenegro, "porque durante o mês de Agosto ninguém lhe disse nada" sobre as negociações. "Pois não, não era isso que estava combinado, não é isso que é suposto, nós estamos no dia 1 de setembro, o orçamento tem que ser entregue na Assembleia da República no dia 10 de outubro, nós estamos a tempo, em tempo e no tempo para falar com os partidos políticos e concluir a proposta de Orçamento do Estado que vamos levar à Assembleia da República".
Também o líder do Chega não foi poupado: "Sente-se despeitado porque viu uma notícia, que por acaso não é verdade, e concluiu que durante o mês de agosto tinha havido negociações entre o PS e o PSD. E vai daí, e de uma forma imatura e precipitada, diz: 'não quero ter nada a ver com o Orçamento do Estado'". criticou Montegro.
"De onde vêm estes fantasmas nas cabeças destes líderes partidários? De onde é que vem tanta desorientação?", questionou o primeiro-ministro.
Luís Montenegro entende ainda que, "ao contrário daquilo que muitos vaticinaram, Portugal não tem nenhuma instabilidade no Governo", mas ressalvou que há "instabilidade política da oposição". "A verdadeira instabilidade política que há em Portugal é a dos partidos da oposição que passam a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, que passam a vida a falar daquilo que muitas vezes não interessa às pessoas, que passam a vida a tentar criar factos políticos antes do tempo, que pensam rápido demais, que são impulsivos a responder e a contribuir no debate", afirmou Montegro, que antecipou o discurso para que pudesse participar nas cerimónias fúnebres em Lamego dos militares da GNR que morreram.
Última atualização às 12h57