Notícia
Ministro espera alargamento do ensino da medicina a três novas escolas até 2023
Em entrevista publicada esta quinta-feira no Diário de Notícias, Manuel Heitor admite que o objetivo é complexo, mas diz estar a trabalhar no alargamento do ensino e da modernização do ensino da medicina.
02 de Setembro de 2021 às 09:50
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, quer alargar o ensino da medicina até 2023, destacando Aveiro, Vila Real e a Universidade de Évora onde a abertura dos cursos poderá ocorrer. Em entrevista publicada esta quinta-feira no Diário de Notícias, Manuel Heitor admite que o objetivo é complexo, mas diz estar a trabalhar no alargamento do ensino e da modernização do ensino da medicina.
"Acabou de ser formado o centro académico clínico em Aveiro e agora estão em preparação o futuro centro académico clínico de Évora e o centro académico clínico de Vila Real, ligado à UTAD [Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro]", disse.
De acordo com Manuel Heitor, com estes três novos centros académicos clínicos consegue-se facilitar a capacitação científica para vir a alargar o ensino da medicina, de uma forma diversificada em relação ao que já se faz em Portugal.
No ano passado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) já tinha referido que a manutenção das vagas para os cursos de Medicina tornava clara a necessidade de disponibilizar o ensino desta área noutras instituições, públicas ou privadas. As declarações de Manuel Heitor surgiram nessa altura, após confirmação pelas universidades em manter o mesmo número de vagas, apesar da possibilidade de aumento.
"Isto é uma mensagem claríssima que a abertura e a diversificação do ensino da Medicina deve ser feita através de novas ofertas por outras instituições, públicas e privadas", disse na altura o governante, dando o exemplo das universidades de Aveiro e Évora, que não dispõe deste curso, ou da Universidade Católica Portuguesa, que tem submetido pedidos de acreditação nesse sentido.
Na entrevista ao Diário de Notícias, o ministro defendeu também que são precisos mais médicos em Portugal e o alargamento da formação na saúde. "Mas o alargamento da capacidade de formação faz sentido se for feito juntamente com a diversificação da oferta. Isto foi algo que nas áreas das Engenharias, das Tecnologias e até das Ciências Sociais e da Economia já foi feito há muito tempo. Algumas áreas, mais por interesses corporativos, não diversificaram a oferta. Vê-se que nós em Portugal, por opção das próprias instituições e também das ordens profissionais, formamos todos os médicos da mesma forma", referiu.
Para Manuel Heitor, o alargamento na formação médica e biomédica tem de ser feito usando as experiências internacionais de diversificação dessa oferta.
"A questão é que para formar um médico de família experiente não é preciso, se calhar, ter o mesmo nível, a mesma duração de formação, que um especialista em oncologia ou um especialista em doenças mentais. E, por isso, insisto que o alargamento da base de formação na saúde - quer médica, quer de técnicos saúde, quer de enfermagem - deve ser feito em articulação com a diversificação da oferta, valorizando também outras profissões médicas, como, por exemplo, os médicos de família, que sabemos que na nossa sociedade, e sobretudo no sul da Europa, não são tão valorizados como outras especialidades", disse.
Na opinião do ministro, estes "são problemas que não dependem apenas do sistema de formação, são problemas complexos de valorização social e económica das diferentes profissões.
"E, por isso, é um processo que exige um esforço coletivo e uma mobilização. Não se fazem reformas contra as pessoas, não se fazem reformas contra as instituições, e é preciso abrir certamente cada vez mais um processo de discussão", sublinhou.
"Acabou de ser formado o centro académico clínico em Aveiro e agora estão em preparação o futuro centro académico clínico de Évora e o centro académico clínico de Vila Real, ligado à UTAD [Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro]", disse.
No ano passado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) já tinha referido que a manutenção das vagas para os cursos de Medicina tornava clara a necessidade de disponibilizar o ensino desta área noutras instituições, públicas ou privadas. As declarações de Manuel Heitor surgiram nessa altura, após confirmação pelas universidades em manter o mesmo número de vagas, apesar da possibilidade de aumento.
"Isto é uma mensagem claríssima que a abertura e a diversificação do ensino da Medicina deve ser feita através de novas ofertas por outras instituições, públicas e privadas", disse na altura o governante, dando o exemplo das universidades de Aveiro e Évora, que não dispõe deste curso, ou da Universidade Católica Portuguesa, que tem submetido pedidos de acreditação nesse sentido.
Na entrevista ao Diário de Notícias, o ministro defendeu também que são precisos mais médicos em Portugal e o alargamento da formação na saúde. "Mas o alargamento da capacidade de formação faz sentido se for feito juntamente com a diversificação da oferta. Isto foi algo que nas áreas das Engenharias, das Tecnologias e até das Ciências Sociais e da Economia já foi feito há muito tempo. Algumas áreas, mais por interesses corporativos, não diversificaram a oferta. Vê-se que nós em Portugal, por opção das próprias instituições e também das ordens profissionais, formamos todos os médicos da mesma forma", referiu.
Para Manuel Heitor, o alargamento na formação médica e biomédica tem de ser feito usando as experiências internacionais de diversificação dessa oferta.
"A questão é que para formar um médico de família experiente não é preciso, se calhar, ter o mesmo nível, a mesma duração de formação, que um especialista em oncologia ou um especialista em doenças mentais. E, por isso, insisto que o alargamento da base de formação na saúde - quer médica, quer de técnicos saúde, quer de enfermagem - deve ser feito em articulação com a diversificação da oferta, valorizando também outras profissões médicas, como, por exemplo, os médicos de família, que sabemos que na nossa sociedade, e sobretudo no sul da Europa, não são tão valorizados como outras especialidades", disse.
Na opinião do ministro, estes "são problemas que não dependem apenas do sistema de formação, são problemas complexos de valorização social e económica das diferentes profissões.
"E, por isso, é um processo que exige um esforço coletivo e uma mobilização. Não se fazem reformas contra as pessoas, não se fazem reformas contra as instituições, e é preciso abrir certamente cada vez mais um processo de discussão", sublinhou.