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Medidas de austeridade vistas pela imprensa

Os principais assuntos a fazerem manchete nos jornais desta manhã são a visita de Bento XVI e, naturalmente, as novas medidas de austeridade que o Governo se prepara para aprovar, depois de ter chegado a acordo com Pedro Passos Coelho, líder do maior partido da oposição. Veja aqui o que dizem os jornais.

14 de Maio de 2010 às 09:25
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Os principais assuntos a fazerem manchete nos jornais desta manhã são a visita de Bento XVI e, naturalmente, as novas medidas de austeridade que o Governo se prepara para aprovar, depois de ter chegado a acordo com Pedro Passos Coelho, líder do maior partido da oposição. Veja aqui o que dizem os jornais.

O Negócios aposta na palavra “choque”, salientando que este é “o maior choque recessivo de sempre”, já que a redução do défice prevista com este novo plano será a mais elevada e a mais rápida de que há memória, superando, em termos de exigência, os planos de estabilização do Fundo Monetário Internacional de 1978 e 1983. O diário faz também uma análise aos aumentos de IRS e às principais medidas que vão avançar, quer do lado da despesa, quer da receita. Em editorial, Helena Garrido faz o diagnóstico: “O país já não está a ser governado, está a ser financeiramente gerido. O Governo deixou de ser governo.”

O Diário Económico salienta que a subida de impostos “penaliza mais famílias com menos rendimentos”, numa clara alusão aos aumentos de impostos, como IRS e IVA. Segundo o jornal, o número de famílias que terá um aumento de um ponto percentual no IRS, e que fazem parte dos três primeiros escalões (rendimento bruto anual até 17.979 euros), é de 3,8 milhões. O jornal analisou ainda as subidas de IVA em todas as taxas, concluindo que produtos como um maço de tabaco, que actualmente custa 3,60€, vai aumentar quatro cêntimos, ou que uma pasta de dentífrico, que custa agora 2,99€, passará a custar 3,02€.

Nos generalistas, o “Diário de Notícias” puxa à capa a nova reforma do mercado de trabalho, apesar de titular, na abertura, que haverá “ano e meio de tréguas por pressão dos mercados”, em alusão ao acordo com o PSD. O DN salienta o discurso de Sócrates, que justificou as medidas com o facto de o mundo ter mudado nos últimos 15 dias, e o de Passos Coelho, que pediu “desculpa” aos portugueses, uma vez que sempre se mostrou avesso ao aumento de impostos. Em editorial, o jornal assinala o carácter temporário deste acordo. O diário dá grande destaque às reacções dos partidos da oposição, e discrimina, uma a uma, as novas medidas austeras.

O Público opta por trazer à manchete o congelamento de admissões na função pública, uma das medidas do plano ontem acordado. O jornal adianta que as admissões neste sector ficarão congeladas “enquanto for necessário”, estando a admissão de pessoal neste período dependente da autorização directa do ministro Teixeira dos Santos. É também registada a mudança de discurso de Sócrates e Passos Coelho, que sempre se opuseram à subida de impostos. Este é, aliás, um tema abordado no editorial, que refere que o PSD não tinha alternativa senão aliar-se ao PS.

O “i” salienta que o corte no défice “custa três vezes mais às famílias do que às empresas”. Na secção “Zoom”, o jornal faz uma montagem com a cara de Sócrates e Passos Coelho, e insiste na questão dos particulares face às empresas, uma vez que irão pagar 2,6 vezes mais do que as grandes empresas. Em editorial, Miguel Pacheco teme que Portugal viva nas próximas duas décadas com uma taxa de desemprego acima dos 10%, e salienta que não há estratégia para os próximos 30 anos

O “Sol” também é assertivo na capa, puxando a banca e as dificuldades de financiamento no mercado externo para destaque. O semanário augura tempos cinzentos para a banca, prevendo uma nova crise de crédito às empresas e às famílias para breve. Relativamente ao pacote de austeridade, o jornal salienta que o “puxão de orelhas de Bruxelas” obrigou Sócrates a dar o dito por não dito e ceder a Passos Coelho.

O “Jornal de Notícias” traz à manchete a frase “Sócrates e Passos pedem sacrifícios”, salientando que o aperto do cinto começa a 1 de Julho, e que só a taxa sobre salários renderá 400 milhões ao Estado, este ano. Já o “Correio da Manhã” opta por colocar a tónica no subsídio de Natal, que vai ser “comido a prestações”, uma vez que o imposto extra sobre salários equivale ao 13º mês.

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