Notícia
Marcelo: "É um contributo que nós demos ao mundo, chama-se Goa"
Referindo que o passado de Portugal teve os seus "altos e baixos" e "muitos erros", Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a dimensão da presença e influência portuguesa no mundo.
16 de Fevereiro de 2020 às 12:56
O Presidente da República exaltou hoje a "alma universal" de Portugal que, no seu entender, está refletida nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e apontou Goa como "uma das riquezas que a Índia recebeu de Portugal".
"Goa é diferente. Eu disse isso ao Presidente e ao primeiro-ministro da Índia, e eles compreenderam que essa é uma das riquezas que a Índia recebeu de Portugal, foi a riqueza de ter no seu seio uma comunidade que faz a diferença. Enriquece a Índia, porque faz a diferença. É um contributo que nós demos ao mundo, chama-se Goa", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava num hotel no sul de Pangim, a capital do estado de Goa, perante portugueses e lusodescendentes, que o aplaudiram quando considerou que esta comunidade "é diferente de todas as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, porque Goa é diferente".
"É diferente porque tem uma história diferente. É diferente porque tem uma cultura diferente. É diferente porque até tem uma religião que no quadro geográfico em que se enquadra é diferente. É diferente porque tem uma gastronomia diferente. É diferente porque tem hábitos e usos diferentes. E é essa diferença que faz com que seja indestrutível", acrescentou.
Entre os presentes neste encontro estava Anna Kaarina, prima do primeiro-ministro, António Costa, filha de um irmão do seu pai, que era goês. O Presidente da República tirou fotografias e conversou com Anna Kaarina, deixando-a "espantada por saber tanto sobre a família", incluindo o nome por que é tratada pelos mais próximos, Pimpula.
No discurso que fez, em português, no último ponto do programa da sua visita de Estado à Índia, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que lhe faltava ir a Goa: "Ninguém percebe tudo o que é ser português sem vir a Goa", afirmou.
"Também ninguém percebe o que é ser português sem ter estado com os nossos compatriotas que emigraram para França e lá fizeram percursos difíceis, na França, na Suíça, no Luxemburgo, na Alemanha. Não é possível compreender bem que é ser-se português sem sentir o que é ser-se português e Angola, em Moçambique, em São Tomé e Príncipe, em Cabo Verde, no Brasil", defendeu.
Referindo que o passado de Portugal teve os seus "altos e baixos" e "muitos erros", Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a dimensão da presença e influência portuguesa no mundo: "Éramos, quando isso começou, menos de um milhão de pessoas. Como é que meio milhão de pessoas se espalhou por todo o mundo e ajudou a fazer realidades novas e diferentes por todo o mundo?".
Em Goa, o Presidente da República repetiu a mensagem que deixa habitualmente perante comunidades portuguesas de que Portugal tem "um território físico pequeno", mas "um território espiritual que percorre o mundo todo".
Segundo o chefe de Estado, nessas comunidades espalhadas pelo mundo "cada português é ao mesmo tempo filho da sua terra, mas filho do universo".
"Elas juntam-se àqueles que são dos países onde vivem, cruzam-se, convivem, dão-se bem, porque nós, portugueses, damo-nos bem com toda a gente e toda a gente se dá bem connosco", sustentou.
"Mas não deixamos de ser o que somos. Passam-se as gerações e continua a falar-se português, passam-se as gerações e continuamos a sentir e a pensar em português. E por isso o português é uma das grandes línguas do mundo. O português só é ultrapassado por poucas línguas como língua universal, muito poucas, quatro ou cinco são mais faladas do que a nossa, se tanto - e no hemisfério sul somos a língua mais falada", prosseguiu.
O Presidente da República descreveu os portugueses como um povo aberto e fraterno, que não ataca os outros e que, mesmo quando defende aquilo que é importante na sua maneira de ser, o faz com doçura.
"E devemos ser assim. Quando na nossa história fomos assim, fomos muito bem. Quando não fomos assim, fomos menos bem. E hoje esse é um grande desafio", concluiu.
"Goa é diferente. Eu disse isso ao Presidente e ao primeiro-ministro da Índia, e eles compreenderam que essa é uma das riquezas que a Índia recebeu de Portugal, foi a riqueza de ter no seu seio uma comunidade que faz a diferença. Enriquece a Índia, porque faz a diferença. É um contributo que nós demos ao mundo, chama-se Goa", afirmou.
"É diferente porque tem uma história diferente. É diferente porque tem uma cultura diferente. É diferente porque até tem uma religião que no quadro geográfico em que se enquadra é diferente. É diferente porque tem uma gastronomia diferente. É diferente porque tem hábitos e usos diferentes. E é essa diferença que faz com que seja indestrutível", acrescentou.
Entre os presentes neste encontro estava Anna Kaarina, prima do primeiro-ministro, António Costa, filha de um irmão do seu pai, que era goês. O Presidente da República tirou fotografias e conversou com Anna Kaarina, deixando-a "espantada por saber tanto sobre a família", incluindo o nome por que é tratada pelos mais próximos, Pimpula.
No discurso que fez, em português, no último ponto do programa da sua visita de Estado à Índia, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que lhe faltava ir a Goa: "Ninguém percebe tudo o que é ser português sem vir a Goa", afirmou.
"Também ninguém percebe o que é ser português sem ter estado com os nossos compatriotas que emigraram para França e lá fizeram percursos difíceis, na França, na Suíça, no Luxemburgo, na Alemanha. Não é possível compreender bem que é ser-se português sem sentir o que é ser-se português e Angola, em Moçambique, em São Tomé e Príncipe, em Cabo Verde, no Brasil", defendeu.
Referindo que o passado de Portugal teve os seus "altos e baixos" e "muitos erros", Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a dimensão da presença e influência portuguesa no mundo: "Éramos, quando isso começou, menos de um milhão de pessoas. Como é que meio milhão de pessoas se espalhou por todo o mundo e ajudou a fazer realidades novas e diferentes por todo o mundo?".
Em Goa, o Presidente da República repetiu a mensagem que deixa habitualmente perante comunidades portuguesas de que Portugal tem "um território físico pequeno", mas "um território espiritual que percorre o mundo todo".
Segundo o chefe de Estado, nessas comunidades espalhadas pelo mundo "cada português é ao mesmo tempo filho da sua terra, mas filho do universo".
"Elas juntam-se àqueles que são dos países onde vivem, cruzam-se, convivem, dão-se bem, porque nós, portugueses, damo-nos bem com toda a gente e toda a gente se dá bem connosco", sustentou.
"Mas não deixamos de ser o que somos. Passam-se as gerações e continua a falar-se português, passam-se as gerações e continuamos a sentir e a pensar em português. E por isso o português é uma das grandes línguas do mundo. O português só é ultrapassado por poucas línguas como língua universal, muito poucas, quatro ou cinco são mais faladas do que a nossa, se tanto - e no hemisfério sul somos a língua mais falada", prosseguiu.
O Presidente da República descreveu os portugueses como um povo aberto e fraterno, que não ataca os outros e que, mesmo quando defende aquilo que é importante na sua maneira de ser, o faz com doçura.
"E devemos ser assim. Quando na nossa história fomos assim, fomos muito bem. Quando não fomos assim, fomos menos bem. E hoje esse é um grande desafio", concluiu.