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Mais uma eleição, mais um impasse na Grécia para formar governo

O Nova Democracia ganhou as eleições. Poderia olhar para o Pasok para conseguir formar uma coligação com maioria absoluta no Parlamento Helénico. Mas o socialista Pasok já disse que não quer estar sozinho numa coligação com o Nova Democracia, porque também quer que o Syriza esteja presente. Contudo, o Syriza sempre disse que não vai estar num governo nem com o Nova Democracia nem o Pasok. E hoje voltou a dizê-lo.

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A Grécia foi a novas eleições para resolver o impasse que ficou do sufrágio de 6 de Maio. Mas as novas eleições parecem ter criado um novo impasse.

Quando saíram as primeiras projecções dos resultados eleitorais, foi noticiado um empate técnico entre Nova Democracia e a Coligação da Esquerda Radical.

Mas não foi este impasse que veio a prevalecer à medida que se iam conhecendo os resultados oficiais. O Nova Democracia viria a solidificar a sua posição como força política mais votada e a pergunta passou a ser: seria possível formar uma coligação com o socialista Pasok, coligação essa que conseguisse uma maioria absoluta no Parlamento Helénico, o que é o mesmo que dizer mais de 150 deputados?

À partida, não seria difícil porque, na primeira volta, uma coligação entre estes dois partidos só não avançou porque não alcançavam essa maioria parlamentar.

Contudo, o Pasok já veio retirar as esperanças para uma coligação em que só estivesse presente o Partido Socialista e o conservador Nova Democracia. Evangelos Venizelos quer um governo de unidade nacional em que, além destes dois partidos, façam parte, também, a Coligação da Esquerda Radical (Syriza) e a Esquerda Democrática.

A verdade é que, na sequência do primeiro sufrágio de 6 de Maio, estas quatro forças tentaram juntar-se para formar um governo. Mas não o conseguiram, o que levou às eleições que hoje tiveram lugar.

Syriza não entra nas conversas para formar governo

Antonis Samaras, o dirigente do Nova Democracia, também já falou para dizer que se tem de formar um governo o mais rápido possível. O líder político do partido mais votado nas eleições de hoje já se comprometeu, novamente, com os compromissos escritos no âmbito do pacote de resgate a Atenas. Algo com que o Syriza não concorda.

Alexis Tsipras, o líder do Syriza, sempre disse que nunca se iria unir a partidos que apoiam o actual pacote de resgate à Grécia. Ou seja, nunca se iria juntar nem ao Pasok nem à Nova Democracia. Hoje, Tsipras voltou a garanti-lo, dizendo que não fará parte das conversações para formar um governo. E diz que será o principal partido da oposição.

A Esquerda Democrática, por sua vez, já disse que irá fazer parte das conversações para formar um governo. Mas também garantiu que os votos dos gregos mostraram vontade para se afastarem do pacote de resgate. Esta é, de resto, a mesma posição que tomou após as eleições de 6 de Maio. Nessa altura, esta força liderada por Fotis Kouvelis garantia que só se iria juntar a uma coligação em que também estivesse presente o Syriza.

O que irá acontecer

De acordo com as regras de formação governamental na Grécia, o presidente Karolos Papoulias deverá agora chamar o líder do partido político mais votado, o Nova Democracia, para receber o mandato que lhe permitirá formar governo.

Antonis Samaras irá, depois, reunir-se com os dirigentes partidários para tentar formar um governo que dê estabilidade política à Grécia. Caso não o consiga fazer, as regras helénicas indicam que o presidente grego deva entregar o mandato para formar um governo à segunda força mais votada, neste caso, o Syriza.

Por sua vez, se o Syriza não conseguir formar um governo, passará o mandato para a terceira força política, que é o Pasok.

Nas eleições inconclusivas de 6 de Maio, nenhum partido conseguiu chegar a acordo para formar uma coligação. Por isso, o presidente Karolos Papoulias teve de usar, ele próprio, o mandato para tentar chegar a um consenso com os partidos. Mais uma vez, sem sucesso.

Neste caso, também se os partidos não conseguirem chegar a acordo, será Papoulias a tentar unir os esforços das forças políticas. A tarefa parece, novamente, difícil.

A esperança parece ser a de o Pasok apoiar um governo liderado por Samaras, mas sem fazer parte da coligação. Ou seja, o Pasok asseguraria apoio parlamentar, mas sem integrar o governo.

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