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Lula quer que CPLP proponha Português como língua oficial da ONU

A proposta do Presidente brasileiro surgiu hoje durante a sessão restrita da 14.ª cimeira, num momento em que os chefes de Estado e de Governo aprovaram as resoluções.

Carla Daniel / Reuters
27 de Agosto de 2023 às 17:44
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O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu este domingo, na cimeira de São Tomé, que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) proponha que o Português seja língua oficial das Nações Unidas.

A proposta do Presidente brasileiro surgiu hoje durante a sessão restrita da 14.ª cimeira, num momento em que os chefes de Estado e de Governo aprovaram as resoluções.

"Temos de aproveitar que temos um secretário-geral das Nações Unidas que fala português [o ex-primeiro-ministro português António Guterres] e acho que nós deveríamos entrar com informações e um pedido nas Nações Unidas para que a língua portuguesa seja transformada em língua oficial das Nações Unidas", propôs Lula da Silva, recebendo aplausos dos presentes.

O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, que assumiu hoje a presidência rotativa da CPLP e conduzia os trabalhos da cimeira, respondeu: "Muito bem, Presidente Lula, está registado, vamos continuar este trabalho e certamente teremos o objetivo conseguido".


Lula da Silva pede "frátria" unida na sustentabilidade e pacifismo

O Presidente brasileiro defendeu ainda que a CPLP é uma "frátria" que representa a unidade dos povos sob uma mesma língua e os mesmos valores pacifistas. Falando no seu discurso durante a cimeira, o chefe de Estado evocou a expressão "Mátria", do músico Caetano Veloso, insistindo numa comunidade de povos irmãos.

"Eu quero frátria. Como é que a CPLP será a nossa frátria? Uma grande fraternidade unida pelo idioma e pela busca de soluções sustentáveis e pacifistas num tempo de grandes incertezas", afirmou Luiz Inácio Lula da Silva. 

O Presidente brasileiro tem defendido o fim imediato das hostilidades na Ucrânia e tem condenado os dois lados, um discurso que contraria a maioria dos países da CPLP, que apontam responsabilidades especiais à Rússia pela invasão.

"Frátria" foi também o nome escolhido pelo primeiro-ministro português, que discursou a seguir, para anunciar um projeto de intercâmbio de estudantes no espaço da CPLP. 

São Tomé e Príncipe constitui o "ponto final do meu primeiro périplo africano" e é "muito oportuno retornar a este belo país para tratar de um assunto que nos une", disse o chefe de Estado brasileiro, que esteve poucas horas na cimeira, tendo sido o último a chegar e o primeiro a partir, antes mesmo da leitura das conclusões do encontro, subordinado ao tema "Juventude e Sustentabilidade".

Quanto aos jovens, Lula da Silva salientou que estes são "a força motriz" da CPLP e "manterão a língua portuguesa, o património comum" que une os países.

A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade".
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