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Louçã quer todos os professores avaliados como no Ensino Superior
O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, propôs hoje um sistema de avaliação para os professores do ensino básico e secundário semelhante ao dos docentes universitários, em alternativa ao processo de quotas defendido pelo Ministério da Educação
O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, propôs hoje um sistema de avaliação para os professores do ensino básico e secundário semelhante ao dos docentes universitários, em alternativa ao processo de quotas defendido pelo Ministério da Educação.
"No ensino superior temos um modelo de avaliação em que um conjunto de professores da escola e de fora da escola, escolhidos pelas suas capacidades reconhecidas, fazem uma avaliação inter-pares da capacidade pedagógica e da capacidade científica e do trabalho que as pessoas deram à escola", defendeu Francisco Louçã.
Louçã falava aos jornalistas após visitar à Escola Básica do 1º Ciclo de São Domingos de Benfica, em Lisboa, que integra 212 alunos, do 1º ao 4º ano de escolaridade.
O líder do BE defendeu que o "modelo de rigor" em que são avaliados os professores do ensino superior "deve ser aplicado também nos outros níveis de ensino".
Francisco Louçã insurgiu-se contra o sistema de avaliação dos professores proposto pelo Ministério da Educação, que considera ser "um sistema fechado que impede que as pessoas exerçam uma profissão de acordo com as suas capacidades".
Segundo Francisco Louçã, "a quota serve para excluir, não para avaliar".
"Dizer que só pode haver alguns professores excelentes e outros professores bons é evitar que os professores bons e excelentes possam ser avaliados pela sua capacidade", disse.
Louçã acusou a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, de "mentir sobre o bom princípio da educação, que é reconhecer as competências, reconhecer as qualidades e promover a exigência dentro da escola".
O Bloco de Esquerda escolheu a Escola Básica do 1º Ciclo de São Domingos de Benfica, pelos seus elevados níveis de sucesso educativo, apesar de servir "um bairro difícil", o Bairro das Furnas, mas também por servir de exemplo ao que aquela força partidária critica na forma como está a ser concretizada a extensão do período lectivo.
Apesar de considerar "uma óptima medida", Louçã considera que as actividades estão a ser conduzidas por "pessoas poucos qualificadas", contratadas pelas Câmaras através de empresas privadas.
Segundo o líder bloquista esta situação leva que, por exemplo, "pessoas com cursos de Psicologia estejam a dar aulas de música" "É preciso contratar professores, formados como professores e que têm qualificações", afirmou.