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Linhas orientadoras da UGT para os próximos quatro anos aprovadas por "esmagadora maioria"
A resolução programática da UGT com as orientações para o próximo quadriénio foi aprovada este domingo “por esmagadora maioria” no XIII Congresso, focando-se na defesa do crescimento e emprego e numa política de rendimentos baseada numa justa distribuição da riqueza.
Discutida e votada ao longo dos dois dias da reunião magna da central sindical, que decorre desde sábado e termina este domingo, 26 de Março, no Coliseu do Porto, a resolução programática recebeu oito votos contra e dez abstenções, segundo a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso.
Na resolução programática levada ao congresso, a UGT assume que irá "defender o crescimento, a dinamização da actividade económica e o emprego como via essencial para gerar receitas públicas".
O objectivo é promover políticas de crescimento e motivar um aumento do investimento público e privado, através das exportações, mas também por via da procura interna, "o que implica um compromisso sobre a política de rendimentos e o reforço da produtividade/competitividade".
Para tal, aponta o documento, é preciso reforçar investimento público em áreas estruturantes da economia e da sociedade como as energias renováveis, transportes, infraestruturas, qualificação, inovação e ambiente.
Para assegurar o crescimento económico e o emprego, a UGT considera necessário aprofundar o diálogo social a nível nacional e a negociação europeia de condições que permitam reduzir o défice, nomeadamente a renegociação das condições de pagamento da dívida.
Na resolução programática é defendida a necessidade de "uma verdadeira política de rendimentos", que garanta "uma justa distribuição da riqueza".
"O crescimento do rendimento das famílias é não só um factor determinante para o bem-estar das pessoas e melhoria da coesão económica e social, como assume, no quadro actual, um papel decisivo para um relançamento mais forte do crescimento económico, por via da dinamização do consumo privado, elemento que continua a ser apontado pelas empresas como um dos constrangimentos ao investimento privado e a um maior nível de actividade económica", lê-se no documento.
Assim, a UGT continuará a bater-se por "aumentos salariais que garantam a melhoria do poder de compra dos trabalhadores, pela melhoria das pensões e prestações sociais e por uma política fiscal mais justa e equitativa, factores indissociáveis da reposição de justiça e equidade sociais e da promoção da coesão social".
A UGT promete ainda que defenderá sempre a relevância de consensos sociais tripartidos sobre política de rendimentos de médio prazo, incluindo a política fiscal.
Para a central sindical, é ainda prioritário combater o desemprego e a precariedade, que se mantém "em níveis excessivamente elevados no contexto europeu".