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Linhas orientadoras da UGT para os próximos quatro anos aprovadas por "esmagadora maioria"

A resolução programática da UGT com as orientações para o próximo quadriénio foi aprovada este domingo “por esmagadora maioria” no XIII Congresso, focando-se na defesa do crescimento e emprego e numa política de rendimentos baseada numa justa distribuição da riqueza.

A UGT lamentou a morte do antigo Presidente da República Mário Soares, considerando que Portugal e o regime democrático perderam 'o patriarca da actual democracia'. 'Portugal e o regime democrático como hoje o conhecemos perderam o seu impulsionador. Mário Soares foi, sem dúvida, o patriarca da actual democracia e uma das mais importantes figuras políticas em Portugal e na Europa', afirmou a UGT, em comunicado. A central sindical evidencia, na nota divulgada, que Mário Soares foi um dos grandes impulsionadores da criação da UGT 'como resposta aos valores que sempre defendeu -- pluralismo, contrário às teses da unicidade sindical e do discurso e pensamentos únicos'.
'Lembramos com honra e saudades as suas visitas às antigas sedes da UGT e os seus variados apoios às posições da central sindical na defesa do diálogo social e da concertação', refere a UGT.
A estrutura sindical termina, manifestando as suas condolências à família, em particular aos filhos e netos de Soares, e ao Partido Socialista, do qual Mário Soares foi um dos principais fundadores e o primeiro secretário-geral.
26 de Março de 2017 às 11:55
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Discutida e votada ao longo dos dois dias da reunião magna da central sindical, que decorre desde sábado e termina este domingo, 26 de Março, no Coliseu do Porto, a resolução programática recebeu oito votos contra e dez abstenções, segundo a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso.

Na resolução programática levada ao congresso, a UGT assume que irá "defender o crescimento, a dinamização da actividade económica e o emprego como via essencial para gerar receitas públicas".

O objectivo é promover políticas de crescimento e motivar um aumento do investimento público e privado, através das exportações, mas também por via da procura interna, "o que implica um compromisso sobre a política de rendimentos e o reforço da produtividade/competitividade".

Para tal, aponta o documento, é preciso reforçar investimento público em áreas estruturantes da economia e da sociedade como as energias renováveis, transportes, infraestruturas, qualificação, inovação e ambiente.


Para assegurar o crescimento económico e o emprego, a UGT considera necessário aprofundar o diálogo social a nível nacional e a negociação europeia de condições que permitam reduzir o défice, nomeadamente a renegociação das condições de pagamento da dívida.


Na resolução programática é defendida a necessidade de "uma verdadeira política de rendimentos", que garanta "uma justa distribuição da riqueza".


"O crescimento do rendimento das famílias é não só um factor determinante para o bem-estar das pessoas e melhoria da coesão económica e social, como assume, no quadro actual, um papel decisivo para um relançamento mais forte do crescimento económico, por via da dinamização do consumo privado, elemento que continua a ser apontado pelas empresas como um dos constrangimentos ao investimento privado e a um maior nível de actividade económica", lê-se no documento.


Assim, a UGT continuará a bater-se por "aumentos salariais que garantam a melhoria do poder de compra dos trabalhadores, pela melhoria das pensões e prestações sociais e por uma política fiscal mais justa e equitativa, factores indissociáveis da reposição de justiça e equidade sociais e da promoção da coesão social".


A UGT promete ainda que defenderá sempre a relevância de consensos sociais tripartidos sobre política de rendimentos de médio prazo, incluindo a política fiscal.


Para a central sindical, é ainda prioritário combater o desemprego e a precariedade, que se mantém "em níveis excessivamente elevados no contexto europeu".

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