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JPMorgan diz que Europa nem sempre pode ser comparada ao Japão

Hoje em dia, os investidores costumam comparar a Europa ao Japão. Mas, de acordo com o JPMorgan, os seus ativos enviam sinais muito diferentes, na maioria das vezes.

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03 de Agosto de 2019 às 17:00
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Embora a queda dos juros da dívida da Alemanha, a diminuição da população europeia e o desempenho das ações do setor financeiro no Velho Continente sejam semelhantes à situação no Japão, o JPMorgan diz que outros indicadores – desde as ações até aos níveis de endividamento – colocam o continente europeu numa posição mais favorável.

 

John Normand, chefe de estratégia de ativos do JPMorgan, destaca que a expansão económica e a inflação da Zona Euro podem estar desaceleradas, mas o crescimento nominal e o núcleo da inflação superam a deflação do Japão.

 

Após uma década da crise da dívida europeia, os níveis de alavancagem no setor privado da região estabilizaram. Por outro lado, as famílias e empresas japonesas passaram 20 anos – a partir de meados da década de 1990 – a reduzirem as suas dívidas, alimentando aquilo a que o JPMorgan chama de "recessão de balanço".

 

Numa nota de análise, Normand sublinha que embora a Zona Euro muitas vezes seja citada como exemplo de japanização, "este termo só se ajusta à região em alguns critérios". "A posição da Europa parece mais favorável do que a do Japão em estágios semelhantes", apontou.

 

E considerando que a Europa lembra o Japão devido aos baixos rendimentos dos títulos, as ações da região não poderiam ser diferentes, já que "nunca" enfrentaram a recessão de vários anos do Japão ou a forte queda do índice preço-lucro (P/L), refere o mesmo estratega.

 

"A depreciação do P/L das ações do Japão foi única, porque a sobrevalorização no pré-crise era muito extrema", salienta Normand.

 

O índice Stoxx Europe 600 subiu 33% (em dólares) nos últimos 20 anos, contra um aumento de 12% do Topix no mesmo período.

 

Mas Normand alerta que embora a Europa tenha conseguido escapar do destino do Japão, há indicadores europeus que ainda podem começar a espelhar o desempenho japonês devido ao crescimento lento, à baixa probabilidade de estímulos orçamentais significativos em países como a Alemanha e menores retornos nas compras de ativos realizadas pelo Banco Central Europeu.

(Texto original: JPMorgan Says Europe Is Different From Japan And in a Good Way)

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