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Joe Berardo denuncia existência de "saco azul" na Fundação CCB

O comendador Joe Berardo denunciou hoje a existência de um "saco azul" na Fundação Centro Cultural de Belém, em Lisboa, criticando o facto de nas contas constarem investimentos de mais de oito milhões de euros no estrangeiro.

28 de Setembro de 2011 às 12:32
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"Diziam que quando as fundações são do Governo e têm dinheiro a mais, este reverte no fim do ano para o Governo e o problema é que, além do saco azul, [a Fundação CCB] tem uma lista de onde investiu e não está investido em Portugal, é quase tudo investido fora do país", disse o empresário à agência Lusa.


Joe Berardo apontou que esta situação é tanto mais grave porque a Fundação Berardo (FB), "vizinha" da Fundação CCB, ainda não recebeu o dinheiro estabelecido no acordo com o Estado e "não tem dinheiro para os salários este mês".

O comendador sublinhou ser incompreensível esta possibilidade do CCB, "sendo uma instituição do Governo, ter um saco azul, fundos dessa maneira investidos lá fora".

Referiu que, de acordo com as contas da Fundação Berardo, o seu conselho de administração, à exceção de um administrador que é indicado pelo Estado português - recebendo senhas de representação e despesas de transporte num montante de 11 mil euros por ano -, todos os restantes elementos trabalharam sem qualquer remuneração.

"Consegui as pessoas que ajudassem a fundação sem ser remunerados e eles [Fundação CCB] têm uma remuneração só para o conselho de administração de quase 300 mil euros, fora carros e outras coisas", mencionou o empresário.

Joe Berardo considera que "só o conselho de administração tem uma fortuna de remuneração e parece que o CCB tem uma mina de ouro para lá".

"Não estou a dizer que estão a desfrutar", ressalvou, sublinhando que apenas questiona "como é possível que uma instituição que vive do Ministério das Finanças" tem um "saco azul" e põe "o dinheiro todo lá fora".

"Chamo 'saco azul' porque deve ser alguma coisa que anda para ali, são oito e tal milhões de euros, todos investidos em coisas americanas e brasileiras", sublinhou.

E perguntou: "Como querem que eu tenha o dinheiro aqui em Portugal se há o exemplo de uma instituição, que depende do Governo, põe o dinheiro todo lá fora".

Joe Berardo salientou que já escreveu ao primeiro-ministro sobre a situação de incumprimento do acordo com a Fundação Berardo, do Museu de Arte Moderna e Contemporânea, e garantiu que "ninguém vai ficar sem salários", porque o problema se resolverá "de uma maneira ou de outra", realçando que "se deixam de pagar os ordenados daquele acordo, tem de deixar de pagar o de todas as outras instituições".

"Se querem poupar nas despesas das fundações era melhor a fundação Berardo e o CCB se juntarem. Pelo menos vão ter fundos para continuarem a obra cultural e reduzir as despesas", sugeriu.

Joe Berardo diz estar ciente que "fazendo esta denúncia e com o que eu disse ontem e o que eu tenho dito no passado sobre o Presidente da República, que é capaz de eles até pararem com o Museu Berardo", destacando que só no passado fim-de-semana cerca de 8 mil pessoas visitaram aquele espaço.

"Temos tido um grande sucesso de motivar as pessoas a visitar os museus. É um fenómeno e a cultura é uma coisa importante", concluiu, declarando que isto tem sido algo a que tem dedicado toda a vida.

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