Notícia
João Talone contesta as recomendações da Concorrência
O presidente executivo da Electricidade de Portugal (EDP), João Talone, contestou hoje todas as recomendações feitas pela Autoridade da Concorrência na semana passada, no âmbito da reestruturação do sector eléctrico.
O presidente executivo da Electricidade de Portugal (EDP), João Talone, contestou hoje todas as recomendações feitas pela Autoridade da Concorrência na semana passada, no âmbito da reestruturação do sector eléctrico.
Durante a inauguração da TER, central de gás natural, no Carregado, João Talone criticou sobretudo o levantamento feito pela Autoridade da Concorrência (AC), liderada por Abel Mateus, sobre os preços da electricidade na Europa, que considerou muito «desvavorável» a Portugal. Sobre esta matéria, o presidente executivo da eléctrica portuguesa defendeu que, a partir de uma análise de base aritmética, Portugal chega mesmo a ter alguns preços abaixo do resto da Europa, ao contrário do divulgado pela Concorrência.
Perante o primeiro ministro, Durão Barroso, e o ministro da Economia, Carlos Tavares, João Talone contestou ainda a análise da AC, nomeadamente que a problemática da concentração do sector seja vista apenas a partir do ponto de vista do mercado português. O administrador advoga que a EDP não pode ser penalizada por uma circunstância de mercado, transitória, já que, acredita, o mercado ibérico será efectivo.
Em resposta ainda às recomendações de Abel Mateus, João Talone mostrou-se igualmente contrário à sugerida divisão dos activos do gás. Já sobre o terminal de Sines, que a AC considera que deve ficar na posse da Rede Eléctrica Nacional (REN), Talone afirmou que a EDP não está convencida que assim tenha de ser. A Eléctrica continua interessada, e caso não seja bem sucedida em Sines, tem já alternativas em Espanha. É que, acrescentou a mesma fonte, a EDP foi convidada a entrar como accionista num terminal e central de gaseificação naquele país, estando a sua resposta dependente do que irá acontecer em Portugal.
A central de gás natural hoje inaugurada é a primeira da EDP a funcionar em mercado liberalizado, produzindo para o mercado ibérico de electricidade (mibel), que hoje entra formalmente em vigor.
As acções da EDP [EDP] seguiam inalteradas nos 2,42 euros.