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João Talone contesta as recomendações da Concorrência

O presidente executivo da Electricidade de Portugal (EDP), João Talone, contestou hoje todas as recomendações feitas pela Autoridade da Concorrência na semana passada, no âmbito da reestruturação do sector eléctrico.

20 de Abril de 2004 às 11:06
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O presidente executivo da Electricidade de Portugal (EDP), João Talone, contestou hoje todas as recomendações feitas pela Autoridade da Concorrência na semana passada, no âmbito da reestruturação do sector eléctrico.

Durante a inauguração da TER, central de gás natural, no Carregado, João Talone criticou sobretudo o levantamento feito pela Autoridade da Concorrência (AC), liderada por Abel Mateus, sobre os preços da electricidade na Europa, que considerou muito «desvavorável» a Portugal. Sobre esta matéria, o presidente executivo da eléctrica portuguesa defendeu que, a partir de uma análise de base aritmética, Portugal chega mesmo a ter alguns preços abaixo do resto da Europa, ao contrário do divulgado pela Concorrência.

Perante o primeiro ministro, Durão Barroso, e o ministro da Economia, Carlos Tavares, João Talone contestou ainda a análise da AC, nomeadamente que a problemática da concentração do sector seja vista apenas a partir do ponto de vista do mercado português. O administrador advoga que a EDP não pode ser penalizada por uma circunstância de mercado, transitória, já que, acredita, o mercado ibérico será efectivo.

Em resposta ainda às recomendações de Abel Mateus, João Talone mostrou-se igualmente contrário à sugerida divisão dos activos do gás. Já sobre o terminal de Sines, que a AC considera que deve ficar na posse da Rede Eléctrica Nacional (REN), Talone afirmou que a EDP não está convencida que assim tenha de ser. A Eléctrica continua interessada, e caso não seja bem sucedida em Sines, tem já alternativas em Espanha. É que, acrescentou a mesma fonte, a EDP foi convidada a entrar como accionista num terminal e central de gaseificação naquele país, estando a sua resposta dependente do que irá acontecer em Portugal.

A central de gás natural hoje inaugurada é a primeira da EDP a funcionar em mercado liberalizado, produzindo para o mercado ibérico de electricidade (mibel), que hoje entra formalmente em vigor.

As acções da EDP [EDP] seguiam inalteradas nos 2,42 euros.

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