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João Proença diz OE 2003 «não cria clima de confiança»
O secretário geral da UGT, João Proença, afirmou ao Negocios.pt que a proposta de OE para 2003 «não cria um clima de confiança de investimento público e privado», apesar de reflectir «a continuação da recuperação».
João Proença considera que «o crescimento económico (apontado pelo Executivo de 1,75% em 2003) tem alguma credibilidade se houver um relançamento da economia».
O secretário geral da UGT reforça que «o referencial da inflação é irrealista», sublinhando que «não existe uma política clara» do Governo liderado por Durão Barroso.
Relativamente ao défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo responsável refere que este «é o valor desejável» e, por isso, «merece ser apoiado», sendo que «tudo aponta que os trabalhadores sejam os mais afectados».
Apesar destas medidas, «é difícil» cumprir o Pato de Estabilidade e Crescimento (PEC), que obriga ao equilíbrio das contas públicas em 2006, afirma a mesma fonte.
«Apoiamos uma política de contenção de efectivos», defende João Proença, salientando que terá que haver um maior cuidado «do modo como (essa contenção) é feita», uma vez que «as metas não são claras».
No âmbito das privatizações, o secretário geral da UGT refere que é importante a sua realização, tendo que haver algum rigor quanto à execução das mesmas, nomeadamente no sector da água (Águas de Portugal) e da pasta de papel (Portucel).
Esta proposta «penaliza os trabalhadores da função pública» ainda mais do que o OE apresentado em 2002, sendo que continua a «faltar uma mobilização para a confiança» do país.
Contudo, o Governo, com esta proposta, reflecte «uma maior preocupação e um maior rigor quanto à selectividade de investimento», diz João Proença.