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João Vieira Lopes: "Queremos um interlocutor que dê mais atenção às empresas"
A instabilidade política atual não é positiva, mas as cedências em torno do Orçamento do Estado para 2022 também não, afirma João Vieira Lopes. Nesse sentido, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende uma solução política que olhe mais para as empresas. E diz-se preocupado com a gestão do país em duodécimos no primeiro semestre.
"Costumamos dizer que nascemos no PREC, habituámo-nos a negociar com qualquer governo. Queremos é ter um interlocutor. É claro que interlocutores que dêem mais atenção às empresas, para nós é importante. Se é formado de acordos parlamentares, isso aí compete aos partidos políticos", afirmou João Vieira Lopes em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital.
"Há duas coisas de que as empresas gostam muito: uma é estabilidade e a outra é previsibilidade. Esta situação atual não vai muito nesse sentido", lamentou.
Questionado então se a dissolução do parlamento foi uma má opção, o líder da CCP afirmou que havia dois sentimentos contraditórios entre as empresas do comércio e dos serviços: "Por um lado, o Orçamento do Estado e as contrapartidas que o governo estava disposto a oferecer, nomeadamente na área laboral, eram altamente preocupantes. Por outro, esta situação também não é brilhante".
João Vieira Lopes diz que as empresas estão na expectativa. "Não há experiência em Portugal de governação por duodécimos. E isso preocupa-nos bastante". Tal como o facto de "provavelmente no primeiro semestre praticamente não haverá orçamento", acrescentou.