Notícia
João Rendeiro propõe 2.190 euros para ser libertado sob fiança
O ex-banqueiro rejeitou a ideia de ser um homem abastado: "nada mais errado", referiu o seu advogado, dizendo que a maioria dos seus bens foram congelados pelas autoridades portuguesas e que ficou com poucos recursos.
15 de Dezembro de 2021 às 13:03
A defesa do antigo banqueiro João Rendeiro propôs esta quarta-feira, em tribunal, uma caução de 40.000 rands (2.187 euros) ao defender o pedido de liberdade sob caução.
O valor foi avançado pelo advogado Sean Kelly ao defender o pedido de liberdade sob caução no tribunal, onde João Rendeiro está presente.
Naveen Sewparsat, procurador da National Prosecuting Authority (NPA), ministério público sul-africano, já disse que o pedido de liberdade sob caução deve ser negado a bem da justiça.
João Rendeiro quer voltar para a sua casa na zona de Sandton, em Joanesburgo, estando disponível para se apresentar junto da polícia todos os dias e para ser monitorizado, de acordo com o seu advogado.
A defesa contestou os dois mandados de detenção sul-africanos contra João Rendeiro, alegando não respeitarem a lei, e disse que o ex-banqueiro está a ser vítima de uma campanha sensacionalista, de uma "caça às bruxas" e de "ações inconstitucionais" por parte de Portugal.
"Há uma agenda de o responsabilizar pelo colapso do banco BPP", o que rejeita, disse o advogado Sean Kelly.
João Rendeiro rejeitou ainda a ideia de ser um homem abastado: "nada mais errado", referiu o seu advogado, dizendo que a maioria dos seus bens foram congelados pelas autoridades portuguesas e que ficou com poucos recursos.
Alegou não ter assuntos pendentes com a justiça portuguesa - o advogado até tem um documento das autoridades portuguesas que o certifica - e planeia gozar tempo de aposentação na África do Sul, onde quer fazer investimentos.
"Por isso contactei a minha advogada June Marks", logo após a chegada à África do Sul em setembro, referiu o advogado em nome do ex-banqueiro.
O antigo presidente do BPP Rejeitou ainda o uso de tecnologia para encriptar comunicações na entrevista à CNN Portugal, dizendo que usou apenas o 'software' do seu ipad e um programa de ligação VPN (rede privada) que se pode adquirir a partir de 12 dólares por mês.
Falhas na documentação, em autenticações e na comparação entre crimes em Portugal e na África do Sul foram também alegadas pelo causídico.
João Rendeiro queixou-se ainda de outras irregularidades - como por exemplo, terem sido apreendidos dois ipads e três telemóveis sem mandado para tal quando foi detido em Durban.
A apresentação acabou por ser interrompida ao cabo de 15 minutos devido a uma falta de energia na sala de audiências.
Antes, vários outros problema atrasaram a sessão - que esteve marcada para as 09:00 e que só arrancaria às 12:30 (menos duas horas em Portugal).
Não havia eletricidade no primeiro edifício do tribunal de Verulam, houve uma mudança para as instalações do tribunal de família, mas aqui faltaram salas e quando as houve surgiram falhas no sistema informático - "é necessária gravação digital por ser um caso internacional", explicou um funcionário.
À quarta vez, foi escolhida a sala onde a sessão ainda decorre.
Naveen Sewparsat, procurador da National Prosecuting Authority (NPA), ministério público sul-africano, retomou quando a eletricidade voltou e refutou as alegações do ex-banqueiro.
Depois de passar em revista todos os processos em Portugal, incluindo as condenações, disse que o pedido de liberdade sob caução deve ser negado a bem da justiça, porque Rendeiro quer evitar responder ao que tem de enfrentar em Portugal.
Por outro lado, alegou que de acordo com a entrevista à CNN Portugal, Rendeiro pode ter "tendências suicidas".
A entrevista foi também usada pelo procurador para demonstrar como João Rendeiro não quer voltar para Portugal.
Para ele, pode ser fácil "transpor fronteiras", disse, reiterando que pode ter acesso a avultadas quantias em dinheiro - aliás, sublinhou que foi detido com muito dinheiro em numerário.
Indicou ainda que a Interpol já sabia que tinha dois passaportes em seu nome e dispunha de um terceiro quando foi detido.
"Partilho do ponto de vista das autoridades portuguesas, há uma forte possibilidade de fuga", resumiu o procurador.
A informação do procurador sobre os passaportes de Rendeiro levou o seu advogado de defesa a pedir uma pausa para se reunirem, paragem concedida pelo juiz após a qual a audiência continuará.
O valor foi avançado pelo advogado Sean Kelly ao defender o pedido de liberdade sob caução no tribunal, onde João Rendeiro está presente.
João Rendeiro quer voltar para a sua casa na zona de Sandton, em Joanesburgo, estando disponível para se apresentar junto da polícia todos os dias e para ser monitorizado, de acordo com o seu advogado.
A defesa contestou os dois mandados de detenção sul-africanos contra João Rendeiro, alegando não respeitarem a lei, e disse que o ex-banqueiro está a ser vítima de uma campanha sensacionalista, de uma "caça às bruxas" e de "ações inconstitucionais" por parte de Portugal.
"Há uma agenda de o responsabilizar pelo colapso do banco BPP", o que rejeita, disse o advogado Sean Kelly.
João Rendeiro rejeitou ainda a ideia de ser um homem abastado: "nada mais errado", referiu o seu advogado, dizendo que a maioria dos seus bens foram congelados pelas autoridades portuguesas e que ficou com poucos recursos.
Alegou não ter assuntos pendentes com a justiça portuguesa - o advogado até tem um documento das autoridades portuguesas que o certifica - e planeia gozar tempo de aposentação na África do Sul, onde quer fazer investimentos.
"Por isso contactei a minha advogada June Marks", logo após a chegada à África do Sul em setembro, referiu o advogado em nome do ex-banqueiro.
O antigo presidente do BPP Rejeitou ainda o uso de tecnologia para encriptar comunicações na entrevista à CNN Portugal, dizendo que usou apenas o 'software' do seu ipad e um programa de ligação VPN (rede privada) que se pode adquirir a partir de 12 dólares por mês.
Falhas na documentação, em autenticações e na comparação entre crimes em Portugal e na África do Sul foram também alegadas pelo causídico.
João Rendeiro queixou-se ainda de outras irregularidades - como por exemplo, terem sido apreendidos dois ipads e três telemóveis sem mandado para tal quando foi detido em Durban.
A apresentação acabou por ser interrompida ao cabo de 15 minutos devido a uma falta de energia na sala de audiências.
Antes, vários outros problema atrasaram a sessão - que esteve marcada para as 09:00 e que só arrancaria às 12:30 (menos duas horas em Portugal).
Não havia eletricidade no primeiro edifício do tribunal de Verulam, houve uma mudança para as instalações do tribunal de família, mas aqui faltaram salas e quando as houve surgiram falhas no sistema informático - "é necessária gravação digital por ser um caso internacional", explicou um funcionário.
À quarta vez, foi escolhida a sala onde a sessão ainda decorre.
Naveen Sewparsat, procurador da National Prosecuting Authority (NPA), ministério público sul-africano, retomou quando a eletricidade voltou e refutou as alegações do ex-banqueiro.
Depois de passar em revista todos os processos em Portugal, incluindo as condenações, disse que o pedido de liberdade sob caução deve ser negado a bem da justiça, porque Rendeiro quer evitar responder ao que tem de enfrentar em Portugal.
Por outro lado, alegou que de acordo com a entrevista à CNN Portugal, Rendeiro pode ter "tendências suicidas".
A entrevista foi também usada pelo procurador para demonstrar como João Rendeiro não quer voltar para Portugal.
Para ele, pode ser fácil "transpor fronteiras", disse, reiterando que pode ter acesso a avultadas quantias em dinheiro - aliás, sublinhou que foi detido com muito dinheiro em numerário.
Indicou ainda que a Interpol já sabia que tinha dois passaportes em seu nome e dispunha de um terceiro quando foi detido.
"Partilho do ponto de vista das autoridades portuguesas, há uma forte possibilidade de fuga", resumiu o procurador.
A informação do procurador sobre os passaportes de Rendeiro levou o seu advogado de defesa a pedir uma pausa para se reunirem, paragem concedida pelo juiz após a qual a audiência continuará.