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João Galamba apresenta demissão para assegurar "tranquilidade" da família

João Galamba apresentou o pedido de demissão a António Costa, apesar de entender que não estavam esgotadas as condições políticas para o exercício das funções e de este pedido "não constituir uma assunção de responsabilidades quanto ao que pertence à esfera da Justiça".

Mariline Alves
13 de Novembro de 2023 às 16:32
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João Galamba apresentou esta segunda-feira o pedido de demissão do cargo de ministro das Infraestruturas ao primeiro-ministro.

"Apresentei este pedido de demissão após profunda reflexão pessoal e familiar, e por considerar que na minha qualidade de pai e de marido esta decisão é a única possível para assegurar à minha família a tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito", diz em comunicado.

Na passada sexta-feira, João Galamba tinha dito no Parlamento que não iria apresentar a demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, tema que estava previsto ser abordado esta terça-feira entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

No comunicado enviado esta segunda-feira, Galamba diz que apresentou o pedido de demissão "apesar de entender que não estavam esgotadas as condições políticas de que dispunha para o exercício das minhas funções".

E salienta também que este pedido de demissão "não constitui uma assunção de responsabilidades quanto ao que pertence à esfera da Justiça e com esta não se confunde".

"Neste âmbito apenas posso dizer que estou, como não poderia deixar de ser, totalmente disponível para esclarecer qualquer dúvida que haja a respeito do desempenho das minhas funções governativas, tendo já manifestado em sede do processo judicial em curso a minha total disponibilidade para colaborar em tudo o que se entenda por necessário, nomeadamente através das minhas declarações no processo", frisa.

Para João Galamba, "a ação de um membro do Governo impõe a ponderação de todos os interesses públicos presentes e a obrigação de desenvolver todos os esforços para os compatibilizar ou maximizar a sua realização quando não seja possível alcançar a realização plena de todos eles, e sempre com total obediência à lei".

E acrescentra: "Isso foi, sem dúvida, o que fiz em toda a minha atuação enquanto governante procurando soluções para que todos os projetos de investimento no país referentes às minhas áreas de atuação lograssem concretização e trouxessem o desenvolvimento económico que os portugueses anseiam e merecem".

"O trabalho feito, os seus bons resultados e o desempenho das minhas funções com absoluto respeito pela lei e com total dedicação ao País e aos portugueses são, em meu entendimento, as condições políticas necessárias para o desempenho de funções governativas", diz ainda na mesma nota enviada às redações.

João Galamba agradece ainda, no comunicado, à sua equipa, às pessoas que compõem os serviços e as entidades públicas e à sua família, que "tem sido a mais prejudicada nos últimos tempos, o que não posso ignorar e cuja proteção, como referido, me faz apresentar, sem mais, a presente demissão".

Na mesma nota frisa ainda o "empenho" que teve enquanto secretário de Estado da Energia na transição energética e em "assegurar as condições para que as matérias-primas críticas como é o caso do lítio e a fixação no país de toda a cadeia de valor das baterias, incluindo a refinaria de lítio, pudessem trazer novos investimentos, tecnologia e empregos altamente qualificados".

Também enquanto ministro das Infraestruturas salienta o seu trabalho ao nível da digitalização, descarbonização e industrialização dos portos comerciais e na criação de condições para que Portugal seja "um hub competitivo de conetividade, armazenamento e processamento de dados", sublinhando ainda estarem em curso "medidas essenciais para o descongestionamento do aeroporto Humberto Delgado e que a TAP tem vindo "a apresentar bons resultados".



(Notícia atualizada com mais informação)
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