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ISEG melhora estimativas e vê economia a cair um máximo de 9% este ano
Depois do crescimento acima do esperado no terceiro trimestre, os economistas do ISEG antecipam agora um recuo do PIB entre 8% e 9% em 2020.
Os economistas do ISEG reviram ligeiramente em alta as estimativas para a economia portuguesa em 2020, depois de o PIB ter crescido mais do que o esperado no período entre julho e setembro, face ao trimestre anterior.
A primeira estimativa do INE para o período mostra que o PIB subiu 13,2% em cadeia, recuando 5,8% em termos homólogos, uma evolução que fixa em 8,2% a queda homóloga acumulada do PIB nos primeiros nove meses do ano.
Tendo em conta esta variação, e a perspetiva de "algum decréscimo no PIB" do quarto trimestre, os economistas do ISEG antecipam agora uma contração da economia entre 8% e 9% no conjunto do ano, uma evolução ligeiramente mais positiva do que a contida na anterior estimativa, que apontava para um recuo entre 9% e 10%.
"Atendendo a que a variação homóloga nos três trimestres do ano já decorridos é de -8,2%, e tendo em conta as perspetivas para o 4º trimestre, revê-se ligeiramente a anterior previsão para a variação do PIB em 2020 para um intervalo entre -9% e -8%. Este intervalo é compatível com uma variação em cadeia negativa até -5% para o PIB no 4º trimestre", lê-se na Síntese de Conjuntura divulgada esta terça-feira.
No que respeita aos últimos três meses do ano, os economistas do ISEG dizem ser "provável que o PIB venha a apresentar algum decréscimo face ao trimestre anterior (e uma variação homóloga um pouco mais negativa)", dada a atual situação da frente sanitária na Europa e as medidas que estão a ser tomadas para a controlar.
"Embora não sendo tão restritivas quanto as adotadas na primeira fase da pandemia, não passarão sem algum impacto económico negativo, e é provável que o processo de recuperação económica registado no 3º trimestre venha a ser interrompido", explicam.
Este retrocesso, porém, "será comparativamente pequeno", segundo o ISEG, u"ma vez que a maior parte das medidas que estão indicadas para combater a epidemia nos diversos países não afetam diretamente a atividade económica (com a exceção de alguns setores dos serviços)". "Contudo, com a situação e ambiente criado, é inevitável que o consumo privado e o investimento produtivo se venha a ressentir e o PIB a cair", conclui o relatório.
Já ontem o Fórum para a Competitividade havia revisto em alta as suas previsões para a economia portuguesa este ano, esperando agora uma queda do PIB entre 7% e 9%, quando antes apontava para 12%.