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Incentivos à GM só se for para criar novos investimentos

O presidente da Agência Portuguesa para o Investimento (API), Basílio Horta, defendeu que para conceder novos incentivos à General Motors para a empresa se manter em Portugal, só se a fabricante criar uma nova fábrica, se fixar por cá e criar novos invest

21 de Junho de 2006 às 12:27
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O presidente da Agência Portuguesa para o Investimento (API), Basílio Horta, defendeu que para conceder novos incentivos à General Motors para a empresa se manter em Portugal, só se a fabricante criar uma nova fábrica, se fixar por cá e criar novos investimentos, caso contrário «teremos conflito».

«Querem investir mais em Portugal? Nós investimos com vocês. Estamos ao vosso lado e vamos fazer um projecto de investimento, se o quiserem fazer», afirmou Basílio Horta ontem durante uma jantar na Fundação Cupertino Miranda.

Contudo o responsável advertiu que «se nos dizem que perdem 500 euros por carro, equivalente a 37,5 milhões por ano, e que ficam cá se pagarmos o diferencial até 2009, nem pensem. Isso é deitar dinheiro fora».

«Se é para criar uma nova fábrica, ou se é para se fixar lá e criar novos investimentos, sim. Caso contrário, teremos conflito. A fábrica da Azambuja é apenas uma linha de montagem da fábrica de Saragoça, de onde vinham todas as peças e da qual nunca se desprendeu, contrariamente à Auto-Europa, que funciona como um "cluster"», acrescentou o presidente da API.

«A GM é um caso típico de má gestão local. Dos seus 512 fornecedores, apenas 21 estão sedeados em Portugal, mas não são portugueses. Durante anos aconteceu assim. Não foi mudado, não se desprendeu de Saragoça».

O presidente da API admitiu que será muito difícil travar a saída da Opel da Azambuja, mas diz que o Governo está disposto a criar um «cluster» em torno da fábrica, que viabilize a continuidade da unidade.

«Dizem-nos que fica mais barato, 500 euros por unidade, fabricar as viaturas noutro lado. Não sei se é mesmo assim, porque nunca nos deram acesso a essas informações».

Ao contextualizar o caso GM nas prioridades de investimento da API - internacionalização, aposta em investimentos estruturantes, retenção dos investimentos existentes - sublinhou a vontade de «mudar as coisas» em Portugal. «A posição do Governo português é de ruptura» disse. «Porque é que a GM não tentou diversificar os fontes de fornecimento? É um problema da empresa e não nos podemos substituir ao gestor».

Ontem, o ministro da Economia, Manuel Pinho, havia afirmado que o Governo está na disposição de criar «condições ainda mais favoráveis» que possibilitem a permanência da GM no país.

O Executivo irá «oferecer todas as condições para que a GM possa ser rentável em Portugal a médio prazo. Estão a ser estudadas todas as possibilidades legítimas para criar boas condições em Portugal, embora seja privada, logo há limites que o Estado não podem nem deve ultrapassar», garantiu Manuel Pinho.

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