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Hospitais com facturas em atraso há três anos
As dívidas do Ministério da Saúde à indústria farmacêutica voltaram a disparar e há hospitais com facturas por pagar com quase três anos de atraso.
As dívidas do Ministério da Saúde à indústria farmacêutica voltaram a disparar e há hospitais com facturas por pagar com quase três anos de atraso.
Os dados mais recentes da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), a que o DN Bolsa teve acesso, revelam que no final de Abril a dívida total dos hospitais totalizava 719,2 milhões de euros, dos quais 456,3 milhões de euros, a mais de 90 dias - três meses é o limite de pagamento normal das transacções comerciais.
Estes valores representam um agravamento de, respectivamente, 20% e 30% em relação ao montante da dívida no final de Maio de 2006. Os dados da associação que representa os laboratórios farmacêuticos em Portugal revelam ainda que só os hospitais com estatuto empresarial (EPE) têm uma dívida global de 533,3 milhões de euros, o que traduz um aumento de 37,3% face a Maio de 2006. As facturas com mais de três meses atingem os 350,8 milhões de euros, ou seja, mais 41,5%.
O prazo médio de pagamento disparou, no período em análise, de 329 dias para os 364 dias, mas há hospitais, como o Centro Hospitalar de Setúbal, EPE, com facturas por pagar com 1041 dias de atraso. Neste ranking aparecem ainda mais sete hospitais com dívidas por pagar com mais de 500 dias em atraso.
O hospital com o maior volume de dívida é o Centro Hospitalar Lisboa Central, com 61,5 milhões de euros, dos quais 44,1 milhões de euros há mais de 90 dias. O Hospital de Santa Maria, com 55,5 milhões de euros (32,5 milhões há mais de três meses), surge em segundo lugar do ranking das dívidas dos EPE. O Centro Hospitalar de Setúbal aparece em terceiro, com 48 milhões de euros, sendo que 41 milhões são a mais de três meses.