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Hedge fund paga 106 mil euros a Boris Johnson por discurso de duas horas

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros recebeu mais por duas horas de discurso, a 8 de Novembro, do que recebe anualmente pelo seu trabalho de deputado.

Reuters
22 de Novembro de 2018 às 13:18
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Boris Johnson, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, recebeu mais de 94.500 libras (cerca de 106.116 euros) por um discurso de duas horas realizado no início deste mês, um valor que ultrapassa o seu salário anual como deputado.

Este montante foi pago pela Golden Tree Asset Management, uma gestora de activos com sede em Nova Iorque, por uma "palestra" no dia 8 de Novembro, de acordo com o registo de interesses financeiros dos membros do parlamento britânico, citado pela imprensa internacional. A gestora de activos também cobriu as despesas do ex-governante com viagens e alojamento.

O valor supera o seu salário anual como membro do parlamento, que é de 77.379 libras (quase 87 mil euros), a que se junta as quase 275 mil libras (aproximadamente 309 mil euros) que recebe por ano pela sua colaboração como colunista do Daily Telegraph. Por este trabalho de 10 horas mensais, Johnson recebe 22.916 libras todos os meses, totalizando as quase 275 mil por ano.

Segundo o Independent, entre Setembro e Outubro deste ano, o antigo ministro também recebeu 9 mil libras de direitos relacionados com livros que escreveu e 2 mil libras por um artigo para o Daily Mail.

Os rendimentos do membro do partido conservador são conhecidos pouco depois de ter sido divulgado que, enquanto ocupava o cargo de mayor de Londres, comprou três canhões de água que mais tarde foram vendidos com um prejuízo de mais de 300 mil libras, uma questão que tem gerado alguma polémica em torno do ex-ministro, que critica abertamente, na sua coluna semanal, o estado da administração pública.  

Boris Johnson, que se destacou na campanha a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, tornou-se ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Theresa May em 2016. Demitiu-se do cargo em Julho, em oposição à postura do Governo sobre o Brexit e ao plano Chequers.

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