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Gucci triunfa na China com jovens que gostam de esbanjar dinheiro  

Essa nova geração de perdulários representa um grande distanciamento cultural do cenário dos consumidores mais conservadores da China.

03 de Junho de 2018 às 11:00
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A marca Gucci vale mais do que nunca - graças, em parte, aos consumidores jovens e perdulários da China, dispostos a gastar tudo o que ganham em bolsas de veludo de 2.900 dólares ou óculos de sol decorados com cristais de 1.400 dólares.

 

O valor da marca Gucci subiu incríveis 66% em 2018, para 22,4 mil milhões de dólares, segundo um relatório da Kantar Millward Brown. A marca italiana foi ajudada pelo melhor ano da sua história. Aliás, o valor das 10 maiores marcas de luxo aumentou 28% nos últimos 12 meses, contra um salto de 4% no ano anterior, segundo a consultora.

 

Boa parte do crescimento da Gucci foi impulsionado por um fenómeno entre chineses que parecem mais um gangue de motociclistas do que um grupo de consumidores. Os "clãs moonlight" são grupos de consumidores millennials propensos a gastar tudo o que ganham em produtos de luxo, disse Elspeth Cheung, directora de avaliação global da divisão BrandZ, da Kantar.

 

Essa nova geração de perdulários representa um grande distanciamento cultural do cenário dos consumidores mais conservadores da China. Agora que estão a habituar-se à visão do presidente Xi Jinping de um país com abundância e oportunidades, os chineses mais jovens estão a começar a reagir -- e a gastar.

 

"A mensagem do Sonho Chinês fala de um país mais forte, com mais igualdade e níveis de rendimento crescentes", disse Cheung. "Isso deu garantias aos consumidores de que o futuro é brilhante."

 

Esse optimismo está a impulsionar um enorme aumento de valor das marcas de luxo na Ásia e em todo o mundo - não apenas para a Gucci. A francesa Dior registou o segundo crescimento mais rápido, de 54%, enquanto o valor de marca da Prada e da Chanel sofreu uma queda leve, segundo o relatório. Hermès, Burberry, Rolex e Cartier também tiveram crescimentos significativos. A Saint Laurent, tal como a Gucci, estreou no top 10. A Louis Vuitton continua a ser a marca de luxo mais valiosa, estimada em 41,1 mil milhões de dólares.

 

Mas talvez nenhuma marca esteja a tirar mais proveito do que a Gucci. As vendas dispararam 42% no ano fiscal 2017, para 7,2 mil milhões de dólares, com crescimentos em todas as categorias -- desde bolsas até ténis e sandálias. Graças ao sucesso da Gucci e da Saint Laurent, a Kering registou o ano mais rentável da sua história. E a Gucci não perdeu impulso, já que o crescimento no último trimestre chegou a 49%.

 

A China foi o segundo mercado de crescimento mais rápido da Kering no ano passado em todas as marcas da empresa, com uma subida de 18% considerando taxas de câmbio comparáveis. A companhia informou em Março que havia aproveitado a "confiança renovada do consumidor e as políticas governamentais favoráveis".

 

A região Ásia-Pacífico responde por mais de um terço da receita anual da Gucci. A marca lançou sua nova loja online na China no verão passado e em Outubro realizou uma festa repleta de celebridades em Xangai que transformou o pátio de uma mansão histórica num jardim enfeitado por lamparinas. Em Janeiro, a Gucci lançou uma colecção especial antes das celebrações do ano-novo Chinês: uma linha de bolsas e várias roupas inspiradas no ano do cão.

Texto original: (Gucci Strikes China Gold, Thanks to ‘Moonlight Clans’ Who Spend It All)

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