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Grécia: Os partidos com presença no parlamento

Nas eleições legislativas de 6 de Maio, sete partidos garantiram assento parlamentar. Conheça cada um deles.

08 de Maio de 2012 às 17:50
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Nova Democracia
O principal partido de direita, liderado por Antonis Samaras, de 60 anos, ganhou as eleições legislativas do passado domingo. Samaras votou contra o primeiro resgate da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, aprovado em Maio de 2010.

Cerca de um ano e meio passado apoiou o executivo interino liderado por Lucas Papademos, tendo assinado o compromisso do país com as instituições europeias para que fosse libertado o segundo pacote de ajuda.

O líder do Nova Democracia defendeu, antes das eleições, a renegociação de partes do acordo assumido com Bruxelas e com o FMI. "Aceitamos, totalmente, o objectivo de redução do défice. Mas para reduzir o défice e a dívida, e para realizar reformas estruturais, é necessário que, o mais depressa possível, a economia volte a crescer", disse Samaras num discurso recente em Atenas.

Fundado em 1974, o partido da Nova Democracia ganhou as eleições de 1974, 1977, 1990, 2004 e 2007. Nas últimas eleições, ganhas pelo Pasok, teve 33,49% dos votos, ou seja, 91 assentos parlamentares.

As sondagens davam ao partido de direita entre 16,5% e 25,5% das intenções de voto.

O Nova Democracia foi o partido mais votado com 18,9% dos votos e 108 lugares no parlamento.

SYRIZA (Coligação da Esquerda Radical)
O SYRIZA é contra as medidas de austeridade e os termos do resgate europeu. Liderado por Alexis Tsipras, 37 anos, defende o aumento dos impostos para os contribuintes com mais rendimentos, o adiamento ou anulação dos pagamentos da dívida e cortes nos gastos da defesa. Tsipras, um dos mais novos políticos gregos, defende uma frente de esquerda anti-austeridade. "Queremos formar um governo que tire o país do caminho desta austeridade destrutiva e recessão profunda", disse à Reuters antes de um discurso na cidade de Volos.

Tsipras propôs uma coligação pós-eleições ao partido comunista e à Esquerda Democrática mas esta foi rejeitada por ambos os partidos. Nas últimas eleições, o SYRIZA obteve 4,6% dos votos mas, desta vez, as sondagens dão-lhe entre 7,3% e 11%.

Nas eleições de 6 Maio foi o segundo partido mais votado com 16,8% dos votos (52 lugares no parlamento).

PASOK
Fundado em 1974 por Andreas Papandreou, pai do anterior primeiro-ministro George Papandreou, o PASOK (PanHellenic Socialist Movement) foi o vencedor das últimas eleições legislativas com 43,94% dos votos. Com a saída de George Papandreou da liderança do partido, esta foi assumida pelo anterior ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, 55 anos, em Março passado. O PASOK liderou o país entre 1981 e 1989, 1993 e 2004 e entre 2009 e Novembro passado, altura em que foi nomeado o governo interino de Papademos. As sondagens davam ao partido entre 12,6% e 19,1% dos votos.

Inesperadamente, o partido acabou por ficar em terceiro lugar com 13,2% dos votos e 41 lugares no parlamento.

Gregos Independentes
É um dos mais recentes partidos gregos. Foi criado em Fevereiro de 2012 por Panos Kammenos, que abandonou a Nova Democracia em Novembro de 2011, depois do partido se ter aliado aos socialistas do PASOK para apoiar o novo governo de Papademos. "Apoiei Samaras. Conheço-o desde os nossos primeiros tempos no partido nos anos 80. Tivemos uma ligação pessoal e política... mas ele fez uma inversão, politica e moralmente, injustificável", disse Kammenos em entrevista à Reuters.

Kammenos afirma que o resgate externo está a destruir a soberania da Grécia, e a condenar o país a ser uma província numa Europa "federalista" dominada pela Alemanha.

O novo partido defende que o país deve renunciar a parte da sua dívida e abolir o acordo de resgate. Ainda assim, Kammenos defende a permanência da Grécia na Zona Euro. O antigo dirigente da Nova Democracia já afirmou que está disponível para formar uma coligação após as eleições de domingo.
As sondagens apontavam para uma votação entre 7,2% e 10,4%.

O partido alcançou no domingo 10,6% dos votos (33 lugares no parlamento)

Partido Comunista Grego (KKE)
Liderado por Aleka Papariga, 66 anos, o KKE tem manifestado a sua oposição às medidas de austeridade que têm sido aplicadas no país e aos termos do plano de resgate externo. O partido é a favor da saída do euro, da União Europeia e de outras instituições internacionais. Papariga já garantiu que não vai participar em nenhuma coligação governamental após as eleições de domingo. O KKE é o mais antigo partido grego, tendo sido fundado em 1918.

As sondagens davam-lhe entre 7% e 10,6% das intenções de voto. Nas eleições legislativas de 2009 obteve 7,53% dos votos.

O partido alcançou no domingo 8,47% dos votos (26 lugares no parlamento)

Aurora Dourada
Fundado e liderado por Nikolaos Michaloliakos, o Golden Dawn é um partido nacionalista, criado em 1993, que defende a expulsão de todos os imigrantes ilegais e a protecção das fronteiras do país com minas terrestres. O partido defende ainda, entre outras coisas, o não pagamento de toda a dívida pública do país desde 1974 (ano em que o país saiu da ditadura em que vivia desde 1967) e a nacionalização dos bancos. Nas últimas eleições obteve 0,29% dos votos - o que não lhe deu acesso ao parlamento helénico.

As sondagens indicavam que podia obter entre 3,9% e 5,2%, e assim garantir alguns assentos parlamentares.

O partido ultranacionalista obteve 6,97% dos votos e 21 assentos parlamentares.

Esquerda Democrática
O partido – liderado por Fotis Kouvelis, 63 anos – é a favor da permanência da Grécia na Zona Euro mas não concorda com os termos do resgate internacional, defendendo que o país necessita de mais tempo para equilibrar as suas contas públicas. Fundado em 2010 (ano em que o país recebeu o primeiro pacote de ajuda), o partido defende maiores cortes nas áreas da defesa, farmacêutica e Administração Pública. As sondagens davam à Esquerda Democrática entre 5,4% e 12,2% dos votos.

O partido alcançou no domingo 6,1% dos votos (19 lugares no parlamento)


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