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Forbes: Secretário do Comércio dos EUA exagerou fortuna. Nem sequer é multimilionário

O secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, exagerou a sua fortuna pessoal e, na realidade, nem é multimilionário, segundo a revista Forbes.

Reuters
08 de Novembro de 2017 às 00:10
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Em 2016, a Forbes tinha incluído Wilbur Ross (na foto, com Donald Trump) na lista dos norte-americanos mais ricos, com uma fortuna estimada em 2,9 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros), tendo por base as suas declarações.

 

Mas, depois da análise aos documentos preenchidos no seguimento da sua nomeação para o governo de Donald Trump, a Forbes reduziu aquele montante para menos de 700 milhões de dólares.

 

Ao fim de um mês de inquérito, a Forbes apurou que cerca de dois mil milhões de dólares simplesmente não existiam. "Parece que Ross nos mentiu", denunciou a publicação num artigo publicado no seu website, onde também acusou este membro do governo de Donald Trump de "exageros" e "omissões" desde 2004.

 

"O artigo da Forbes cita antigos funcionários, que não estão a par da questão, e se exprimem sob anonimato. Não vamos responder", reagiu um porta-voz do Departamento do Comércio, em mensagem de correio electrónico enviada à agência AFP.

 

A revista acrescenta ter descoberto uma série de desonestidades na história dos negócios levados a cabo por Ross, que provocaram multas e indemnizações a investidores na ordem dos milhões de dólares, bem como frequentes litígios. 

 

Estas informações foram publicadas ao mesmo tempo que o nome do secretário do Comércio foi citado no caso dos designados "Paradise papers" (Documentos do Paraíso).

 

Segundo informações divulgadas pelo Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação, que junta 96 meios de 67 países, Wilbur Ross mantém 31% da Navigator Holdings, uma sociedade de transporte marítimo, que tem a empresa russa de gás e produtos petroquímicos Sibur entre os principais clientes.

 

Ora, entre as proprietárias da Sibur estão Guennadi Timtchenko, um próximo do presidente russo, sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA depois da anexação da Crimeia, bem como um genro de Vladimir Putin, segundo o New York Times.

 

Ross defendeu-se esta terça-feira, garantindo que "não tinha absolutamente nada de repreensível", mas adiantou que "provavelmente" iria ceder a sua parte na Navigator.

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