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FMI alerta que consequências no mercado de trabalho "ainda estão para vir"

Embora a desaceleração económica deva ser mais profunda em 2023 do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional nas últimas publicações de outubro de 2022, os mercados de trabalho nacionais estão "a mostrar resiliência" até agora, "o que é um ponto positivo".

Kristalina Georgieva, da Bulgária, é a primeira líder do FMI vinda de um país emergente.
Eric Vidal/Reuters
13 de Janeiro de 2023 às 08:12
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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional previu um ano difícil para a economia mundial, uma vez que os bancos centrais "não terminaram o seu trabalho" face à inflação e as consequências no mercado de trabalho "ainda estão para vir".

"O impacto do aperto financeiro nos empregos ainda está para vir", disse Kristalina Georgieva (na foto), num encontro com a imprensa realizado na quinta-feira.

Embora a desaceleração económica deva ser mais profunda em 2023 do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nas últimas publicações de outubro de 2022, os mercados de trabalho nacionais estão "a mostrar resiliência" até agora, "o que é um ponto positivo", realçou a responsável.

A chefe do FMI sustentou que as pessoas consomem enquanto têm trabalho, mesmo que os preços estejam altos, o que ajudou a economia no terceiro trimestre, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, mas o impacto do aperto financeiro está a chegar em termos de desemprego.

Até porque a situação não vai melhorar devido a uma "inflação que continua tenaz" e face à qual "o trabalho dos bancos centrais ainda não terminou", recordou Georgieva, considerando que "a crise provavelmente não acabou".

Kristalina Georgieva alertou também para o risco de tensão social se os efeitos no mercado de trabalho se revelar particularmente significativos.

"Estamos apenas a 12 de janeiro e já temos Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Reino Unido, todos por motivos diferentes, mas com tensões sociais muito claras", disse.

Kristalina Georgieva defendeu que é necessário evitar que o aperto financeiro, que deve acabar por se traduzir em aumento do desemprego, acrescente tensões adicionais às relações sociais.

A diretora-geral do FMI lembrou que o impacto do aumento das taxas nos países endividados também será dramático, uma situação que a instituição alerta há vários meses para o risco de cerca de 70 países emergentes e em desenvolvimento mergulharem numa crise de dívida soberana.

No entanto, o FMI continua a acreditar que "uma recessão global pode ser evitada" mesmo que um certo número de países venha a registar uma quebra do seu PIB, pelo menos "se não houver choque adicional", referiu.

Como é o caso da China, que recentemente alterou as políticas em relação à pandemia de covid-19 e poderá recuperar a economia a partir de meados do ano e tornar-se no "maior impulsionador do crescimento global para 2023", disse ainda.



CMP // RBF

Lusa/Fim
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