O euro caía 0,74% face ao dólar, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter baixado hoje a sua principal taxa de juro, ou REFI, em 25 pontos base para os 4,5%, contrariando as previsões dos analistas.

A moeda única cotava nos 0,8796 dólares, depois de ter chegado a ganhar 0,66% para os 0,8921 dólares durante a sessão, e recuava 0,28% relativamente à divisa nipónica, transaccionando nos 107,90 ienes.

A descida do preço do dinheiro na Zona Euro surpreendeu os analistas, que esperavam a manutenção da taxa directora nos anterior 4,75%, depois de responsáveis do BCE terem afirmado, ao longo dos últimos dias, que a prioridade daquela instituição seria garantir a estabilidade dos preços.

O presidente do BCE, Wim Duisenberg, justificou a decisão tomada hoje pela autoridade monetária europeia, afirmando que os riscos para a estabilidade dos preços na Zona Euro diminuíram nos últimos tempos e que o abrandamento económico deverá conter as pressões inflacionistas no futuro.

O BCE não baixava a sua taxa de referência desde Abril de 1999, tendo sido o último dos principais bancos centrais mundiais a cortar as taxas de juro depois do início deste ano, na tentativa de impulsionar o crescimento económico.

A descida das taxas na zona da moeda única surgiu depois do Banco Central de Inglaterra ter diminuído hoje a sua taxa directora em 25 pontos base para os 5,25%.

Nos Estados Unidos (EUA), a Reserva Federal (FED) já desceu a sua taxa de referência por quatro vezes desde o início de Janeiro, num total de 200 pontos base, para os actuais 4,5%.

Depois do corte realizado hoje pelo BCE, o preço do dinheiro passou a ser idêntico na Zona Euro e nos Estados Unidos (EUA), o que acontece pela primeira desde a criação da União Económica e Monetária (UEM).

A descida das taxas de juro pode contribuir para tornar menos atractivos alguns produtos financeiros denominados em euros, como obrigações ou depósitos a prazo, uma vez que a sua rendibilidade diminui.