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EUA cancelam encontro com ministro dos negócios estrangeiros russo na quinta-feira

"Agora que vemos o início da invasão e a Rússia deixou claro a sua total rejeição à diplomacia, não há sentido em prosseguir com essa reunião", disse Antony Blinken, depois de Moscovo ter reconhecido a independência das regiões separatistas ucranianas.

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23 de Fevereiro de 2022 às 10:55
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou hoje o cancelamento da reunião com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, que estava agendada para quinta-feira em Genebra (Suíça).

"Agora que vemos o início da invasão e a Rússia deixou claro a sua total rejeição à diplomacia, não há sentido em prosseguir com essa reunião", disse Antony Blinken, depois de Moscovo ter reconhecido a independência das regiões separatistas ucranianas.

O secretário de Estado norte-americano falava numa conferência de imprensa em Washington com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos enfatizou que se houver algo, como um ataque à Ucrânia, incluindo à capital, Kiev, evitará "o pior cenário".

Por isso, afirmou que Washington continuam "abertos" à diplomacia, mas primeiro, indicou, a Rússia deve mostrar que é "sério, e nas últimas 24 horas mostrou exatamente o contrário".

Os Estados Unidos vão continuar a prestar "assistência" à Ucrânia em questões económicas e de segurança, após o reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas repúblicas em território ucraniano, assegurou hoje o Presidente norte-americano, Joe Biden.

Após uma receção ao ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, a Casa Branca afirmou em comunicado que Biden reafirmou perante o ministro Dmitro Kuleba o "compromisso dos Estados Unidos com a defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia".

No encontro, Joe Biden detalhou ao chefe da diplomacia ucraniana as sanções que Washington decidiu impor, na sequência do anúncio pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, do reconhecimento da independência dos territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass e da autorização pelo Senado russo do envio de tropas russas para o estrangeiro.

"[Joe Biden] Também afirmou que os Estados Unidos continuarão a fornecer assistência em segurança e apoio macroeconómico para ajudar a Ucrânia", pode ler-se na nota.

Durante a sua visita a Washington, Kuleba também se encontrou hoje com o secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin.

A Casa Branca frisou ainda que Biden responderá "rápida e decisivamente" a qualquer futura agressão russa contra a Ucrânia e que o fará em coordenação com os aliados europeus.

O Presidente norte-americano anunciou hoje um conjunto de sanções económicas a indivíduos, entidades e bancos russos, motivadas pelas ações da Rússia no leste ucraniano, afirmando estar em causa o "início de uma invasão na Ucrânia".

Num discurso na Casa Branca, sem direito a perguntas, Biden anunciou sanções às elites russas e a bancos, e alertou que a Rússia "irá pagar um preço ainda mais alto se continuar com as agressões" a Kiev.

Joe Biden afirmou que os Estados Unidos da América (EUA) impõem, no imediato, um "bloqueio total" a duas grandes instituições financeiras russas e "sanções abrangentes" à dívida russa.

"Estamos a aplicar sanções completamente bloqueadoras a duas grandes instituições financeiras russas: ao VEB (um dos maiores bancos de investimento e desenvolvimento) e ao seu banco militar", disse o Presidente dos EUA.

Também hoje a UE aprovou hoje um "pacote de sanções" contra a Rússia "por unanimidade", revelou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

O Reino Unido também anunciou sanções contra três oligarcas conhecidos por serem próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e contra cinco bancos russos, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje que Berlim tomou medidas para interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo à Alemanha.

A Rússia reconheceu na segunda-feira como independentes os dois territórios ucranianos separatistas na região de Donbass e Moscovo esclareceu hoje que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as autoproclamadas repúblicas proclamaram esse estatuto em 2014, o que inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.

Putin anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de "manutenção da paz", decisão que já foi autorizada pelo Senado russo.

O chefe de Estado russo afirmou hoje que o envio de tropas russas para a região do Donbass dependerá da situação no terreno, onde os confrontos "continuam" e tendem a agravar-se.

A decisão foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
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