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Estratégia ambiental joga papel decisivo

Seja pela agenda política de combate às alterações climáticas, seja pela defesa de habitats, o ambiente é peça-chave

02 de Novembro de 2010 às 15:36
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As metas europeias até 2020, de reduzir em 20% as emissões de CO2 (face aos níveis de 1990), diminuir em 20% o consumo de energia primária e incorporar as fontes renováveis em 20% do consumo final de energia, podem estar obsoletas. O debate político, no combate às alterações climáticas, já colocou em cima da mesa uma meta mais ambiciosa de reduções de 30%.

Mais exigentes nuns casos e mais flexíveis noutros, os objectivos da agenda ambiental acabam por ser uma condicionante incontornável para o sector energético e para os investimentos que são feitos no sector. Francisco Ferreira, da associação ambientalista Quercus, dizia na conferência "Electricidade Renovável" que "há questões estruturais para resolvermos". No caso de Portugal, Francisco Ferreira lembrou o recente tecto aos benefícios fiscais para a instalação de painéis solares em casa. "Com o tecto colocado aos benefícios fiscais de 100 euros, não vão ser as pessoas que ganham 500 ou 600 euros por mês [que estão isentas desse limite] que vão investir", comentou Francisco Ferreira.

Eduardo de Oliveira Fernandes, da Agência de Energia do Porto, põe a tónica na eficiência energética. "Um frigorífico de há 10 anos consome o dobro do que consome um daqueles que se pode encontrar hoje nas lojas de electrodomésticos", exemplificou.

Firme defensor das renováveis, Eduardo de Oliveira Fernandes disse ao Negócios que no capítulo da eficiência "ainda não podemos falar de cidades a dar cartas". Mas "talvez fosse interessante", apontou o mesmo responsável, "ter uma métrica para as cidades e depois compará-las". Nesse exercício, defende que haja "uma linguagem o mais transparente possível".

Numa óptica ambiental, Pedro Martins Barata, da Comissão Interministerial para as Alterações Climáticas, sublinha que "a redução de emissões não é possível sem uma mudança de paradigma energético". Mas por vezes o impulso às renováveis choca com a morosidade dos processos de licenciamento ambiental. Artur Trindade, secretário-geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses, acredita que na avaliação dos empreendimentos a prioridade deve ir para os interesses das populações locais. "Eu gosto muito dos morcegos e defendo os morcegos. Mas defendo muito mais os Pereiras, os Silvas e os Manuéis", disse Artur Trindade na conferência da APREN.

O ministro da Economia, Vieira da Silva, acredita que "o reforço da produção energética de matriz renovável poderá ser um factor de coesão territorial" e garantiu que "as políticas públicas continuarão a ser orientadas para o reforço da componente renovável". Assim o permitam as exigências ambientais.




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