A Câmara de Estarreja, que foi preterida no concurso para a instalação da fábrica de mobiliário da Ikea, apelou ontem à divulgação do pacote de incentivos concedido ao grupo sueco para a realização de um investimento de 135 milhões de euros em três unidades fabris em Paços de Ferreira.

"Grande foi o esforço e o rol de incentivos oferecidos à Ikea (por certo a fazer justamente inveja a muitos outros empresários) e cujo pacote deve ser divulgado", justifica a autarquia em comunicado.

A Câmara de Estarreja, que assume que "em nome do interesse nacional, não tomou medidas cautelares que pudessem pôr em causa a vinda para Portugal da Ikea", é particularmente crítica do papel desempenhado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), a quem acusa de "agir ou emitir pareceres em violação dos princípios da imparcialidade e da legalidade" e ter fundamentado "o acto de desordenamento do território e de mau ordenamento que possibilita a instalação física da fábrica da Ikea".

Em questão está o levantamento parcial do PDM para uma parcela de 53 hectares, antes afecta à Reserva Agrícola Nacional, onde ficará instalada a fábrica da Ikea, decisão que permitiu à candidatura de Paços de Ferreira uma oferta mais competitiva.

Estarreja foi um dos três pré-seleccionados, juntamente com Paredes e Paços de Ferreira. O município de Paredes foi o primeiro a vir a público criticar o despacho favorável da CCDR-N ao pedido da Câmara de Paredes para resolver os problemas de enquadramento legal do terreno que oferecia à multinacional sueca.