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Eleições antecipadas são "fator de instabilidade" com "impacto no mercado de trabalho"

A leitura é da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e Recursos Humanos, que alerta que a crise política se vem juntar a um "ambiente económico desafiador".

Quase 400 empresas recorreram a este mecanismo previsto no Código do Trabalho.
Ricardo Ponte
07 de Março de 2025 às 10:01
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A diretora executiva da APESPE-RH sublinha que as empresas querem "estabilidade" para poderem "crescer e progredir" e avisa que o atual cenário de eleições antecipadas é "mais um fator de instabilidade" que terá impacto no mercado de trabalho.

"Todos sabemos que as empresas o que querem sempre é estabilidade. É com estabilidade que podem crescer e que podem progredir", sublinha Carla Sequeira, diretora executiva da APESPE-RH - Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e Recursos Humanos, em declarações à Lusa.

Nesse sentido, a perspetiva de eleições antecipadas é "mais um fator de instabilidade (...) com impacto no mercado de trabalho", a que se juntam outros fatores.

É o caso de um "ambiente económico desafiador", com a inflação a ser "superior ao previsto pelos bancos centrais" e um crescimento do PIB global "escasso", bem como um mercado de trabalho em que se verifica uma "incompatibilidade" entre as "competências existentes com as necessárias" e "cada vez mais reduzido".

No ano passado, o número de colocações em trabalho temporário recuou cerca de 10% em termos homólogos, para 353.771, segundo os dados do barómetro da APESPE-RH e do Iscte enviados à Lusa. Este valor está a recuar há dois anos consecutivos e está em mínimos de 2020.

O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança - na quinta-feira já aprovada em Conselho de Ministros - que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.

O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.

Se a moção for rejeitada no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.

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