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Eduardo dos Santos foi "protagonista decisivo" nas relações com Portugal, diz Marcelo

"Portugal testemunha o respeito devido a essa longa memória, em período determinante para o nascimento e o arranque da CPLP e do engrandecimento" das "relações bilaterais após a descolonização", diz a nota de Marcelo Rebelo de Sousa.

Sérgio Azenha/Lusa
08 de Julho de 2022 às 16:05
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou esta sexta-feira as condolências ao seu homólogo de Angola, João Lourenço, pela morte do antigo chefe de Estado José Eduardo dos Santos, "protagonista decisivo" nas relações entre os dois países e povos.

"O Presidente José Eduardo dos Santos foi o interlocutor de todos os Presidentes Portugueses em Democracia, durante quatro décadas, constituindo um protagonista decisivo nas relações entre os Estados e os Povos Angolano e Português", lê-se na mensagem oficial publicada no sítio da internet da Presidência da República.

Nessa nota de três parágrafos, refere-se ainda que "Portugal testemunha o respeito devido a essa longa memória, em período determinante para o nascimento e o arranque da CPLP e do engrandecimento" das "relações bilaterais após a descolonização".

Em declarações à SIC, minutos antes da divulgação da nota, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou precisamente a ideia de se tratar de "um protagonista decisivo em momentos mais diversos dessas décadas, desde o final dos anos 1970 até à substituição pelo Presidente João Lourenço em 2019".

Marcelo Rebelo de Sousa revelou já ter apresentado telefonicamente condolências ao Presidente de Angola, João Lourenço, e que "Portugal estará representado pelo Presidente da República e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros nas exéquias".

"É evidente que é uma personalidade que marcou as relações num período particularmente sensível, que foi o período imediatamente subsequente à institucionalização pós-independência em Angola e também quando em Portugal estava a institucionalizar-se a primeira fase da democracia", sustentou.

José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.
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