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Economia com necessidade de financiamento de 0,6% do PIB

Segundo o banco central, o agravamento do saldo em termos homólogos "reflete as reduções das capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras.

Os portugueses têm um recorde de 177,1 mil milhões de euros parados nos bancos. Rendiam uma média de 0,04% em abril, o que compara com uma inflação superior a 7% nesse mês.
Rafael Marchante/Reuters
10 de Outubro de 2022 às 12:31
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A economia portuguesa apresentou uma necessidade de financiamento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no segundo trimestre de 2022, face a uma capacidade de financiamento de 0,1% no período homólogo de 2021, segundo o BdP.

Em comunicado, o Banco de Portugal (BdP) avança que "este resultado reflete a necessidade de financiamento das sociedades não financeiras (de 2,5% do PIB), que excedeu as capacidades de financiamento das sociedades financeiras, dos particulares e das administrações públicas (de 1,3%, 0,4% e 0,2% do PIB)".

Segundo o banco central, o agravamento do saldo em termos homólogos "reflete as reduções das capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras, de 3,9 pontos percentuais e 0,8 pontos percentuais, e o aumento da necessidade de financiamento das sociedades não financeiras, de 2,1 pontos percentuais".

No sentido oposto, o saldo das administrações públicas aumentou 6,1 pontos percentuais, passando de uma necessidade de financiamento para uma capacidade de financiamento.

No que diz respeito às interligações entre setores institucionais das contas nacionais financeiras (o que permite identificar as relações de financiamento entre os vários setores institucionais da economia portuguesa e desta com o resto do mundo), o BdP nota que, no ano acabado no segundo trimestre de 2022, "as administrações públicas financiaram o resto do mundo e os particulares em 2,4% e 1,2% do PIB, respetivamente".

Já "o resto do mundo financiou as sociedades não financeiras em 6,7% do PIB".

O BdP nota ainda que "os particulares e as sociedades não financeiras financiaram as sociedades financeiras em 3,9% e 0,8% do PIB" e "as sociedades financeiras financiaram o resto do mundo e as administrações públicas em 3,6% e 2,5% do PIB, respetivamente".

Em comparação com o período homólogo, o banco central aponta como "alterações mais significativas" nos fluxos de financiamento intersetoriais o facto de as administrações públicas terem passado "a ser financiadoras do resto do mundo, em 2,4% do PIB, invertendo-se a relação de financiamento entre estes dois setores".

Adicionalmente, o financiamento líquido das administrações públicas aos particulares subiu 1,1 pontos percentuais, o financiamento líquido do resto do mundo às sociedades não financeiras aumentou 3,1 pontos percentuais e o financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas diminuiu 1,9 pontos percentuais.

No que respeita aos ativos financeiros líquidos por setor institucional, verifica-se que, no final do segundo trimestre de 2022, a economia portuguesa apresentava uma posição financeira líquida perante o resto do mundo de -90,6% do PIB, que comparava com -99,6% do PIB no final do trimestre homólogo de 2021.

Os ativos financeiros líquidos dos particulares eram de 129,8% do PIB (menos 10,7 pontos percentuais do que no segundo trimestre de 2021), enquanto os ativos financeiros líquidos das sociedades não financeiras, das administrações públicas e das sociedades financeiras eram de -129,5%, -88,0% e -3,0% do PIB (mais 4,7, mais 22,1 e menos 7,0 pontos percentuais do que no segundo trimestre de 2021).

O BdP atualiza os dados relativos às contas nacionais financeiras em 12 de janeiro de 2023.
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