Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Durão Barroso perplexo com decisão da Bombardier fechar fábrica na Amadora

O primeiro-ministro Durão Barroso disse ontem que o Governo vai avançar com a reforma da Lei do Arrendamento ainda este semestre, provavelmente antes das eleições para o Parlamento Europeu. Numa entrevista à RTP1 Durão falou ainda da TAP, de Carlos Tavare

19 de Março de 2004 às 09:40
  • ...

O primeiro-ministro Durão Barroso disse ontem que o Governo vai avançar com a reforma da Lei do Arrendamento ainda este semestre, provavelmente antes das eleições para o Parlamento Europeu. Numa entrevista à RTP1 Durão falou ainda da TAP, de Carlos Tavares, da Companhia das Lezírias e do fecho da fábrica da Bombardier.

Num entrevista à RTP, por ocasião do segundo aniversário do actual Governo, Durão Barroso afirmou que «vou ser o primeiro-ministro a fazer esta reforma», acusando os anteriores governos de não terem tido a coragem de rever a lei das rendas, devido à sua complexidade.

O primeiro-ministro explicou que é uma reforma difícil de executar, pelo que o Governo está a analisar estudos sobre esta matéria e a execução da lei terá de ser feita «com muito cuidado», pois será necessário acautelar as pessoas com baixos rendimentos que pagam baixas rendas.

Durão Barroso recusou assim as acusações que o seu Executivo perdeu o ímpeto reformador, explicando que esta é uma altura de aplicar as novas regulamentações e que não se podem fazer novas leis todos os dias.

Durão Barroso perplexo com fecho da fábrica da Bombardier

Quanto ao anunciado fecho da fábrica da Bombardier na Amadora, Durão Barroso achou muito «estranho a resistência da empresa em não vender a fábrica, «quando há interessados».

O primeiro-ministro não se referiu explicitamente à vontade manifestada pela Siemens de adquirir a fábrica à Siemens, mas reforçou que recebeu a notícia do fecho da Bombardier na Amadora com «perplexidade»

Lembrou que em Junho do ano passado, quando esteve no Canadá, falou com o então presidente da Bombardier (que foi substituído), tendo-lhe garantido que o mercado português ia ter grandes contratos na área onde opera a empresa.

O governante reiterou que o Executivo vai tentar salvar os postos de trabalho da empresa, mas lembrou que não se podem violar as regras do mercado, por isso não se pode garantir encomendas à companhia sem a execução de concursos públicos.

Os ministros Carmona Rodrigues e Carlos Tavares vão hoje ter uma reunião com o embaixador do Canadá em Portugal, para tentar encontrar uma solução que evite o despedimento de 400 trabalhadores.

Primeiro-ministro elogia gestão da TAP

Na mesma entrevista o primeiro-ministro abordou outros temas económicos, reafirmando que a recuperação da economia deverá ganhar força este ano e que em 2005 já deverá ser possível aumentar os funcionários públicos.

Lembrou ter anunciado um grande pacote de privatizações, pois o mercado de capitais convida ao regresso das operações deste género. Sobre a Companhia das lezírias a mesma fonte assegurou que o Estado vai fazer um caderno de encargos muito exigente, do ponto de vista ambiental e agrícola.

Acerca da TAP, Durão Barroso elogiou a gestão da companhia aérea nacional, que deverá ter registado lucros no ano passado, afirmando que «está a ser feito um bom trabalho e os resultados são genericamente bons».

Revelou ainda que depois de integrar uma aliança estratégica internacional, cujas negociações, segundo lhe confidencio o CEO Fernando Pinto estão bem encaminhadas, se poderá pensar numa privatização da empresa, bem como os seus moldes.

O primeiro-ministro não quis comentar as divergências entre o presidente do Conselho de Administração Cardoso e Cunha e o CEO Fernando Pinto, mas defendeu este modelo de «governance» - com um CEO e um «chairman» - para as empresas ainda com capitais públicos, lembrando que estas são as melhores práticas internacionais.

Durão Barroso elogio ainda o trabalho do ministro da Economia Carlos Tavares, e rejeitou também comentar as últimas criticas de Belmiro de Azevedo, lembrando que o Governo não pode beneficiar um empresário em particular, por mais importante que ele seja.

Por Ana Suspiro e Nuno Carregueiro

Outras Notícias
Publicidade
C•Studio