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Despesas fixas mensais pesam menos no bolso dos portugueses em 2017

O peso das despesas mensais fixas no orçamento das famílias portuguesas diminuiu em 2017, apesar de estas possuírem mais créditos, tendo os hábitos de poupança e a capacidade de suportar despesas extraordinárias aumentado, segundo um estudo da Cetelem.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Março de 2017 às 00:56
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De acordo com as conclusões do estudo anual da Cetelem sobre a literacia financeira em Portugal - divulgado no âmbito do Dia do Consumidor, que hoje se assinala - há mais portugueses a gerirem e controlarem o orçamento familiar, tendo aumentado o conhecimento das despesas mensais fixas.

 

Segundo o trabalho, 34% da amostra de 500 entrevistados sabe "precisamente quanto gasta o seu agregado familiar, enquanto apenas 25% afirmava sabê-lo em 2016", sendo que 41% sabe "com exatidão qual o rendimento mensal do seu agregado familiar".

 

Do estudo resulta ainda que, este ano, o peso das despesas mensais fixas no orçamento familiar diminuiu, representando mais de metade do orçamento mensal para 24% das famílias, contra 35% em 2016.

 

Apesar de cerca de 60% dos portugueses afirmarem ter já sentido dificuldades no pagamento de despesas mensais fixas, a maioria paga as despesas dentro do prazo, sendo que 15% pagam antecipadamente e 9% só após o vencimento.

 

No que respeita aos hábitos de poupança, o inquérito diz terem aumentado este ano face a 2016 (de 36% para 49%), mas nota que "cerca de metade - 47% - dos portugueses continua a não poupar".

 

Para os 49% de portugueses que têm hábitos de poupança, esta é sobretudo feita através das contas à ordem (19%) e das contas a prazo (18%), tendo-se concluído que 13% poupam mensalmente, comparativamente a 4% no ano passado, e que cerca de um quinto poupa para a reforma.

 

Estar atento às promoções é o método de poupança quotidiano mais referido (por 34% dos inquiridos), seguido da utilização de cupões/cartões de desconto (10%) e de estratégias como tomar o pequeno-almoço em casa (referida por 6% dos inquiridos).

 

De acordo com a Cetelem, a capacidade orçamental dos portugueses para suportar despesas inesperadas é este ano superior a 2016, com os 47% que afirmaram não conseguir suportar uma despesa inesperada a ficarem "significativamente" abaixo dos 60% do ano passado.

 

Por outro lado, 83% dos inquiridos afirmaram controlar o orçamento familiar, em comparação com 64% em 2016, mas para a grande maioria (76%) o controlo orçamental limita-se à consulta do extrato bancário.

 

Apesar do menor peso das despesas fixas no orçamento familiar, os portugueses possuem este ano mais créditos (44%) do que em 2016 (34%), sendo que a maior parte é destinada à casa (33%), ao carro (20%) e a férias (11%).

 

Para cerca de um quarto dos detentores de créditos, o peso destes no orçamento familiar situa-se entre os 25% e os 50% e, no momento de pedir um empréstimo, os portugueses continuam a recorrer primeiro à família (45%) e ao banco (32%).

 

O trabalho conclui existir ainda "muito desconhecimento" por parte dos portugueses sobre temas como a segurança informática, fraude e direitos do consumidor: apenas 35% dos inquiridos sabem que 'phishing' é considerado fraude; 34% acreditam que para um 'site' ser seguro basta que este tenha a marca da entidade; 57% revelam conhecimento errado sobre cancelamento de contratos de crédito; e menos de metade (44%) estão corretamente informados sobre reembolso de depósitos até 100 mil euros.

 

Também deficiente é o nível de literacia financeira dos inquiridos, com menos de metade a reconhecer o significado da maioria das expressões financeiras. Apesar de 39% consideram ter um bom nível de conhecimentos financeiros, a expressão mais conhecida (por 55%) é 'juros', sendo mesmo a única a ultrapassar os 50%.

 

Ainda assim, face a 2016 são mais os portugueses que consideram a formação financeira importante (57%) e 30% sentem necessidade de formação, sobretudo em gestão orçamental (21%) e poupança (18%), tendo subido de 48% para 66% os que se preocupam com a educação financeira dos filhos.

 

O estudo da Cetelem reporta ainda uma crescente adesão dos portugueses a novas formas de pagamento, destacando-se as caixas 'self service' como mais usadas (55%), seguidas pelo telemóvel (33%), pelo 'Paypal' (23%) e pelo MB Net (22%).

 

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