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Deputados querem fechar diplomas sobre lóbi ainda nesta legislatura

Presidente da comissão pediu a opinião dos deputados sobre os temas pendentes em trabalho de comissão, face à dissolução do parlamento, entre os quais diplomas sobre as obrigações declarativas de titulares de cargos públicos e a regulamentação da atividade do lóbi, através de projetos de lei do PS, CDS-PP e PAN, aprovados na generalidade em janeiro.

A ideia defendida esta quarta-feira pela presidente da Cresap, no Parlamento, passa pela abertura de concursos pela Cresap assim que haja nomeação em regime de substituição.
João Miguel Rodrigues
02 de Novembro de 2021 às 17:52
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A Comissão da Transparência e Estatuto dos Deputados quer fechar as iniciativas sobre o lóbi antes da dissolução da Assembleia da República, estando PS, CDS-PP e PAN a trabalhar num texto comum.

Na reunião de esta terça-feira, o presidente da comissão pediu a opinião dos deputados sobre os temas pendentes em trabalho de comissão, face à dissolução do parlamento, entre os quais diplomas sobre as obrigações declarativas de titulares de cargos públicos e a regulamentação da atividade do lóbi, através de projetos de lei do PS, CDS-PP e PAN, aprovados na generalidade em janeiro.

O deputado Nelson Silva, do PAN, afirmou que a discussão sobre o lóbi está "numa fase mais avançada" e indicou que "tem estado a ser feito trabalho" por parte dos três proponentes, com vista a um "texto comum".

O PAN quer avançar com este tema "o mais depressa possível" e "fechá-lo nesta legislatura".

Quanto às obrigações declarativas, considerou que é uma matéria que "necessita de consenso alargado" e o partido tem "toda a abertura e empenho para fechar o tema o quanto antes".

Também o deputado socialista Francisco Oliveira considerou que a regulamentação do lóbi deve ser terminada "o quanto antes" e, no que toca à obrigações declarativas, considerou que "seria positivo" fechar este assunto antes de o parlamento ser dissolvido.

Opinião contrária teve o deputado José Manuel Pureza, do BE, que defendeu que o debate de especialidade" da regulação da atividade do lóbi "terá de ser bastante meticuloso" e alertou que será feito "em cima de uma versão" que os deputados ainda não conhecem, o que "suscitará certamente questões complexas".

Os bloquistas rejeitam que a discussão seja feita de forma "apressada".

No que toca às obrigações declarativas, José Manuel Pureza afirmou que "seria útil que essa matéria ficasse fechada nesta legislatura", apontando que é uma questão que não se reveste "de grande complexidade".

O deputado Pedro Delgado Alves, do PS, alertou que, até ser conhecida a data da dissolução da Assembleia da República, os deputados não podem ir "para lá da manifestação de intenções".

E indicou que, quanto ao lóbi, existe o compromisso entre os autores dos três diplomas com vista à elaboração de um "texto de substituição o mais rapidamente possível".

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, referiu que o partido não tem "problema nenhum" que estes processos legislativos avancem e manifestou a "oposição frontal" à questão do lóbi.

O comunista alertou, no entanto, para o facto de os diplomas estarem "em circunstâncias muito diferenciadas", uma vez que uns foram aprovados na generalidade e outros desceram à comissão sem votação.

Face à ausência do deputado André Coelho Lima, que é o coordenador do PSD na comissão da Transparência e Estatuto dos Deputados, a deputada Sara Madruga da Costa indicou que o partido não estava em condições de dar a sua opinião e pediu o agendamento de uma reunião de mesa e coordenadores para debater o assunto.

Para quinta-feira, após o plenário, ficou agendada uma reunião de mesa e coordenadores para definir o calendário de trabalhos para fechar a discussão do tema em comissão.

A regulamentação do lóbi, a partir de propostas do PS e do CDS, foi aprovada pelo parlamento em 2019, mas o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou a lei.

PS e CDS ainda tentaram ultrapassar o veto presidencial, mas a Assembleia da República "chumbou" as alterações na lei, com os votos contra do PSD, BE, PCP e PEV.

Já em meados de janeiro, o parlamentou aprovou projetos de lei do PS, CDS-PP e PAN com vista a regulamentar o lóbi, apesar dos votos contra de PSD, PCP, BE, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.
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