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De regresso à era do filme mudo?

Ainda é dia 26 de Fevereiro nos Estados Unidos da América. Em Portugal já será 27 de Fevereiro. É de madrugada que serão conhecidos os vencedores da 84ª. edição dos Óscares. "And the Oscar goes to..."

26 de Fevereiro de 2012 às 08:00
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Quando a entrega dos Óscares começou, os filmes mudos estavam a começar a falar. 84 anos depois pode voltar à ribalta esses tempos. É que um dos candidatos ao Óscar para Melhor Filme é "O Artista" que nos conta a história de um actor vedeta do cinema mudo, nos anos 20, que viveu a passagem para os filmes sonoros e teve de se adaptar. Mas sem falar.

Até agora apenas um filme mudo ganhou o galardão. Foi na primeira edição, em 1929. "Wings" foi o escolhido. Hoje, este é um filme que já está em domínio público.

Clara Bow, Charles "Buddy" Rogers e Richard Arlen protagonizam a história de dois jovens que se tornam pilotos na Primeira Guerra Mundial. Segundo relembra a BBC, “o filme é notável por várias razões: as batalhas aéreas, a cena com Clara Bow semi-nua, uma sequência de ‘copos’ num bar de Paris e beijos entre homens”. Também foi o filme onde apareceu pela primeira vez Gary Cooper, antes de subir ao estrelado.

Em 1929, ano em que começou esta entrega de prémios para o cinema, já os filmes mudos estavam a passar à história. Mas este ano podem voltar. Não apenas com o galardão de Melhor Filme, onde "O Artista" rivaliza com oito outros filmes ("Os descendentes", "Extremamente Alto, Incrivelmente Perto", "As Serviçais", "Hugo", "Meia-noite em Paris", "Jogada de Risco", "A Árvore da Vida", "Cavalo de Guerra"), mas poderá arrecadar outras estatuetas.

As apostas estão feitas. Conseguirá o actor francês Jean Dujardin, que na era dos filmes muito sonoros faz de actor do cinema mudo, conquistar o Óscar? A escolha pode não ser fácil, pois nestas coisas de Óscares as opiniões não são sempre consensuais. Demian Bachir, George Clooney, Gary Oldman ou Brad Pitt são as outras opções. Também no galardão para Melhor Actriz poderá não haver grande novidade se Meryl Streep conseguir a sua terceira estatueta com a sua “Dama de Ferro”, mas nas apostas rivaliza com Viola Davis, Glenn Close, Michelle Williams e Rooney Mara.

Ao todo são 24 categorias e até à abertura do envelope não se conhecem os vencedores. Os resultados são auditados pela Pricewaterhouse Coopers. Mas só duas pessoas na consultora sabem das escolhas. Mas nem sempre foi assim. Quando tudo começou, em 1929, as estatuetas eram entregues num banquete. O primeiro, no Hotel Roosevelt, juntou 270 pessoas. O bilhete custava cinco dólares. Mas apesar da entrega ser nesse banquete, os vencedores eram conhecidos há três meses. Nas cerimónias seguintes, e durante os 10 anos seguintes, os resultados eram avançados aos jornais para publicação na noite dos Óscares. Mas em 1940, o “Los Angeles Times” furou o embargo e antecipou os resultados. Foi o momento para se voltar a mudar o sistema. Seriam conhecidos os vencedores na cerimónia, permanecendo os seus nomes em envelope fechado até à altura do anúncio.

O sistema manteve-se até hoje. Os prémios foram, pela primeira vez, televisionados em 1953 e tornaram-se uma emissão a cores em 1966. A cerimónia mais longa aconteceu em 2002, com a duração de quarto horas e 23 minutos. A mais curta, em 1959, durou uma hora e 40 minutos.
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